Facebook contrata 3 mil pessoas para barrar conteúdo violento

Contratações são tentativa da empresa de remover mais rapidamente material que não respeita os termos de uso da rede

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Por Redação Link
Atualização:
Mark Zuckerberg anuncia mudança na missão do Facebook. Foto: Reprodução/Forbes

O Facebook anunciou nesta quarta-feira, 3, que vai contratar mais de 3 mil funcionários ao longo do próximo ano para monitorar as denúncias de material violento na rede social. Com a medida, o presidente executivo Mark Zuckerberg espera que a remoção de vídeos que mostram assassinatos, suicídios e outros atos de violência seja mais rápida. Hoje, 4,5 mil pessoas já revisam os posts que potencialmente violam os termos de serviço.

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Apesar dos esforços para desenvolver softwares que monitoram publicações na rede, o Facebook reconheceu que ainda precisa de mais pessoas para fazer esse serviço. A Facebook Live, função que permite que qualquer usuário faça transmissões ao vivo, foi bastante prejudicada por vídeos de violência desde o seu lançamento em 2016.

O caso mais recente de ato violento na rede foi o de um homem tailandês que transmitiu ao vivo o seu assassinato da filha de onze meses. Somente depois de mais de um dia no ar, acumulando 370 mil visualizações, o Facebook removeu o vídeo. Zuckerberg afirmou que a empresa está trabalhando em métodos para fazer com que os vídeos sejam reportados de modo mais simples, para que a companhia consiga removê-los em menos tempo.

O Facebook também informou que os novos trabalhadores irão monitorar todo o conteúdo da rede, não só os vídeos ao vivo. A empresa, no entanto, não divulgou onde os empregados serão alocados.

Usuários. O Facebook é a maior rede social do mundo, com mais de 1,9 bilhão de usuários mensais. A companhia tem feito esforços na área de inteligência artificial para automatizar o processo de encontrar pornografia, violência e outros materiais potencialmente ofensivos. Em março, a rede ainda anuncio que está planejando usar a tecnologia até para identificar e oferecer suporte para usuários com tendências suicidas.

No entanto, a rede ainda depende muito dos usuários denunciarem conteúdo que fere os termos de uso da rede. Hoje, milhões de denúncias são feitas toda semana, e assim como outras grandes empresas de tecnologia, ainda depende que pessoas revisem o que foi reportado.

“Apesar da indústria alegar o contrário, eu não conheço nenhum mecanismo de computação que possa adequada e precisamente identificar 100% de conteúdo nocivo sem depender de humanos. Nós não chegamos lá ainda tecnologicamente”, diz Sarah Roberts, professora de estudos da informação na universidade americana UCLA. A especialista em monitoramento de conteúdo ainda conta que a maior parte das pessoas contratadas para fazer esse serviço de checagem trabalha em condições precárias na Índia ou nas Filipinas e tem pouco tempo para decidir sobre o material a ser analisado.

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