Facebook lança campanha para prevenir bullying no Brasil

Central traz dicas de como pais e educadores podem evitar agressões pela internet e como adolescentes podem se defender

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Por Thiago Sawada
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Aproveitando o período de volta às aulas, o Facebook lançou nesta terça-feira, 16, a versão em português de sua central de prevenção ao bullying. Com dicas de como evitar e combater este tipo de assédio, a página traz o conteúdo segmentado para adolescentes, pais e educadores. O conteúdo faz parte de uma campanha global da rede social para reduzir os casos de agressões intencionais, verbais ou físicas, que são feitas em geral por um grupo de estudantes contra colegas.

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Por coincidência, a iniciativa entrou no ar pouco mais de uma semana após a entrada em vigor da lei que obriga escolas a adotarem medidas de combate ao bullying.

As regras da rede social já condenam práticas de bullying e assédio e advertem que conteúdos criados para humilhar outros usuários são removidos. Contudo, para que isso aconteça, é necessário algum usuário denunciar a publicação na rede. “Quando o usuário faz uma denúncia, o bullying já aconteceu. Agora o Facebook quer prevenir”, diz o diretor de políticas públicas do Facebook, Bruno Magrani.

Embora muitas das dicas já estejam disponíveis em outros sites envolvidos com este tema, a central do Facebook cumpre bem o seu papel, por organizar o conteúdo em categorias. Ela traz abordagens específicas sobre como educadores podem abordar ou prevenir este tipo de problema em sala de aula, como pais podem identificar se seus filhos estão sofrendo ou praticando bullying e como os adolescentes podem se defender. Além disso, a plataforma apresenta ferramentas já disponíveis na rede social para denunciar conteúdo e configurar opções de privacidade.

A ideia de usar a rede social para promover uma campanha de conscientização sobre o bullying não é nova. O Facebook já faz isso desde 2013 nos Estados Unidos, por meio de uma parceria com o Centro de Inteligência Emocional da Universidade de Yale. Atualmente disponível em 14 países, o conteúdo da central foi adaptado à realidade brasileira com ajuda do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e da organização não-governamental de segurança digital Safernet.

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De acordo com a oficial do Programa Cidadania dos Adolescentes da Unicef, Gabriela Mora, em outros países é aconselhável que a vítima de bullying converse diretamente com seu agressor. No Brasil, porém, esse tipo de abordagem poderia colocá-la em situação de vulnerabilidade. Por isso, as dicas recomendam a participação dos responsáveis ou docentes para a mediação dos conflitos. “Queremos fomentar um diálogo que não é muito natural e de respeito à diversidade”, diz Gabriela.

Para o diretor de educação da Safernet Brasil, Rodrigo Nejm, é inevitável que crianças e adolescentes sejam expostos à agressividades nas redes sociais. “É preciso habilitar crianças e adolescentes para lidar com situações da internet. O que a gente precisa estimular é a autonomia de crianças e adolescentes para que eles tenham maturidade, capacidade crítica e discernimento”, diz o executivo.

A campanha do Facebook não ficará limitada à rede social. A ideia é que o material disponível na plataforma seja utilizado também no mundo offline. A partir de março, a Safernet vai visitar ao menos dez escolas, nas cinco regiões do País, para debater segurança online e oferecer dicas de como as pessoas podem tirar melhor proveito de suas experiências digitais.

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