Facebook muda políticas do 'Trending Topics' após críticas

Rede social foi alvo de denúncias de que notícias com viés conservador não eram exibidas na seção de assuntos mais comentados

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Por Agências
Atualização:
Segundo o Facebook, investigação interna não mostrou nenhuma evidência de viés político na seleção de notícias do Trending Topics Foto: Reuters

Facebook disse nesta segunda-feira, 23, que mudou alguns procedimentos para a sua seção de "Trending Topics" após denúncias de que notícias conservadoras não eram exibidas. O caso levou o Congresso dos Estados Unidos a pedir por mais transparência na rede social. 

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A empresa disse que uma investigação interna não mostrou nenhuma evidência de viés político na seleção de notícias do Trending Topics. Mas a maior rede social do mundo disse, em um post em seu blog, que foram introduzidas várias mudanças na seção, incluindo o fim de um ranking com os dez sites aprovados como fonte de informação, a adoção de treinamentos e orientações mais claras para evitar vieses ideológicos e políticos de editores humanos e procedimentos de análise mais robustos. 

No início deste mês, um ex-funcionário Facebook acusou os editores da empresa de suprimir deliberadamente notícias conservadoras. As alegações foram relatadas pelo site de notícias de tecnologia Gizmodo, que não identificou a fonte da denúncia.

O relatório levou o senador republicano John Thune a escrever uma carta exigindo que a empresa explique como seleciona artigos e notícias para a sua lista de trending topics.

"Qualquer tentativa de um plataforma de mídia social neutra e inclusiva de censurar ou manipular discussão política é um abuso de confiança e inconsistente com os valores de uma internet aberta", disse Thune.

Dois dias depois da carta de Thune, Facebook publicou uma postagem detalhando como Trending Topics funciona, mesmo que raramente divulgue tais práticas. Foi a primeira vez que a rede social discutiu o funcionamento interno do recurso, que exibe um tópico de artigos e notícias no canto superior direito da página inicial da rede social no navegador para os usuários americanos. 

Facebook disse que sua investigação mostrou que os temas conservadores e liberais foram aprovados como trending topics a taxas quase idênticas. A rede social, no entanto, não descartou a intervenção humana na seleção de temas. 

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"Nossa investigação não podia excluir totalmente a possibilidade de ações impróprias isoladas ou parcialidade não intencional na implementação de nossas diretrizes ou políticas", escreveu o diretor do Conselho Geral do Facebook, Colin Stretch, no blog da empresa. 

O presidente do Facebook, Mark Zuckerberg, reuniu-se na semana passada com mais de uma dúzia de políticos conservadores e personalidades da mídia para discutir questões de confiança na rede social.

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