Na Campus Party, campuseiros buscam diversão e novos negócios

Veteranos e novatos dividem bancadas em um dos principais eventos de cultura digital de inovação do País; invenções feitas por participantes são destaque

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Por Matheus Mans
Atualização:
Iordan Santos (D) ao lado de um colega na entrada da Campus Party Brasil, no Pavilhão de Exposições do Anhembi Foto: Estadão

A animação dos “campuseiros”, participantes que acampam durante todos os dias no Pavilhão de Exposições do Anhembi, é uma das marcas da Campus Party Brasil. Além de chegar cedo para garantir um bom lugar nas infinitas bancadas do evento, eles fazem sacrifícios, como enfrentar o calor intenso e a instabilidade da conexão de internet, em nome de fazer novos amigos, se divertir e, até mesmo, fazer novos contatos profissionais e novos negócios. A expectativa da organização é de que 8 mil campuseiros participem do evento em 2017. No primeiro dia, apesar do entusiasmo dos presentes, ainda havia muitas barracas vazias.

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Um dos primeiros a chegar na Campus foi o Iordan Neris, de 25 anos. Dono de uma desenvolvedora de games, Neris veio à Campus para expor seus trabalhos e, quem sabe, conquistar novos clientes e parceiros. Para pegar um bom lugar, Iordan chegou ao Pavilhão de Exposições do Anhembi na segunda-feira, 30, no começo da tarde. “Frequento a Campus Party há oito anos e sempre surgem boas oportunidades, mesmo que a feira não tenha tantas atrações”, comenta. “Mesmo com os problemas que vimos no começo, tenho esperança de que seja uma boa edição.”

Outro “campuseiro” veterano da Campus Party é o especialista em tecnologia da informação Rafael Ferreira, de 34 anos. Ele chegou na manhã de terça-feira na Campus, que ele participa há nove anos consecutivos. Ele expôs um computador modificado com figuras do personagem Scorpion, do game Mortal Kombat. O grande objetivo de Ferreira é se divertir. “Venho aqui há nove anos e já vi de tudo por aqui. Se eu me divertir, já saio feliz”, explica Ferreira, que também tenta expandir a rede de contatos profissionais.

Frutos. Um dos participantes mais satisfeitos é Alexandre Ferreira, de 37 anos. Campuseiro há nove anos, ele se tornou uma das atrações do evento ao trazer computadores modificados impressionantes. Em 2017, ele exibe um computador embarcado em um boneco do super-herói Homem de Ferro. Segundo ele, as parcerias que fez na Campus o ajudaram a progredir profissionalmente.

Alexandre Ferreirae seu computador Homen de Ferro na Campus Party Foto: Estadão

“Comecei sem pretensão aqui na Campus. Fui fazendo amizades e consegui expandir minha atuação no setor de tecnologia”, conta Ferreira. Por causa da Campus, ele foi um dos brasileiros que carregou a tocha durante a Olimpíada de 2016 e, atualmente, se tornou o curador de um campeonato de computadores modificados. “A troca de ajuda é a essência do que faz a Campus Party um grande sucesso.”

Estreia. Nem só de veteranos que vive a Campus Party. Rebecca Moraes, de 19 anos, está em sua primeira edição e está encantada com o que viu no primeiro dia, apesar dos problemas. “Está muito calor aqui dentro, já que não tem ar condicionado. Mas está muito divertido, as pessoas tem um astral muito bom”, diz a jovem, que acabou de iniciar o curso de engenharia elétrica no Centro Universitário FEI, em São Paulo.

Segundo Rebecca, a vontade de vir para a Campus surgiu por causa do namorado, que esteve em outras edições da Campus Party. “Ele falava que era muito divertido e este ano resolvi vir para ver com os meus próprios olhos”, explica Rebecca. “Estou gostando muito. É tudo aquilo o que ele falava”, diz a garota.

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Andy Troc e o videogames que funciona com o uso debananas na Campus Party Foto: Estadão

O paranaense Andy Toc, de 35 anos, está em sua primeira Campus Party para expôr os trabalhos desenvolvidos no Laboratório de Ideias da Prefeitura de Guarapuava. Ele, que é diretor do centro, está exibindo um protótipo de um videogame que usa bananas no lugar do controle remoto. Isso permite aos jogadores brincar com o game popular Donkey Kong. Basta tocar nas frutas, que estão ligadas com sensores, para que os personagens se movimentem na tela da TV.

“A ideia é que este protótipo se torne um modelo para ajudar pessoas com deficiência”, conta Toc. “Na Campus Party deste ano, queremos encontrar parceiros e, quem sabe, fazer a ideia sair de Guarapava e ir para o Brasil inteiro.”

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