Transmissão de vídeo é ‘propulsora’ da internet

Responsável por 61% do tráfego de dados nos EUA, serviços de streaming geram debate sobre uso de dados na rede

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Foto do author Matheus Mans
Por Matheus Mans e Bruno Capelas
Atualização:

Com séries originais vencedoras do Globo de Ouro, o Netflix tem mudado a cara da TV americana. Mas não só: a empresa também tem revolucionado o consumo de dados nos EUA. Segundo estudo da Sandvine, o serviço ocupou 37% do tráfego de dados de internet no país em 2015. Logo atrás, outra plataforma de vídeo: o YouTube, com 18%.

No Brasil, não há estudos que mensurem o impacto do Netflix, mas a situação não é diferente. Segundo estimativas do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br), serviços como YouTube, Netflix, Facebook e Google geram até 60% do tráfego de usuários residenciais no País. Para o analista da IDC Brasil, Samuel Rodrigues, as realidades são parecidas. “Estamos atrás dos EUA em qualidade de rede, mas vamos no mesmo caminho.”

  Foto: ESTADAO CONTEUDO

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O estudo da Sandvine mostra que 61% de todo o tráfego de dados dos EUA em 2015 é de serviços de vídeo. O dado é potencializado por usuários que abandonaram a TV paga e migraram para o streaming, em um fenômeno chamado “cord-cutter” (“cortar a corda”, em inglês).

Aqui no Brasil, essa tendência ainda é tímida, mas já acontece. A arquiteta Polly Sjobon trocou um plano de TV paga por uma conexão de internet via fibra óptica para ficar apenas com streaming. “Com a TV paga, eu ficava presa. Não volto nunca mais.”

Franquia. O alto consumo dos vídeos é um dos motivos que gerou a recente polêmica com a franquia de dados na banda larga fixa no Brasil, liderada por operadoras que também possuem serviços de TV paga.

Com a franquia, usuários pagariam mais se excedessem o consumo de dados fixado por mês – em uma potencial ameaça a serviços de streaming.

Para o analista da consultoria Gartner, Fernando Elizalde, o impacto não deve chegar ao vídeo. “Essa discussão já aconteceu em outros países e sempre foi encontrado o equilíbrio entre as partes. Acredito que o mesmo deve acontecer no Brasil”, diz. 

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