*Atualizado às 20h01 para incluir dados do fechamento do mercado
As ações do Facebook caíram 6,7% no pregão desta segunda-feira,19, depois que foram publicadas reportagens indicando que a empresa de análise de dados Cambridge Analytica colheu informações privadas de mais de 50 milhões de usuários do Facebook para privilegiar a campanha eleitoral de Donald Trump. Ao todo, a empresa perdeu cerca de US$ 35 bilhões em valor de mercado ao longo do dia. Outras redes sociais que estão na bolsa como Twitter e Snap, também tiveram impacto negativo em suas ações.
Analistas de Wall Street disseram que os investidores encontraram "problemas sistêmicos" com o modelo de negócios do Facebook. "Nós pensamos que este episódio é outra indicação de problemas sistêmicos no Facebook", disse Brian Wieser, analista da corretora de Nova York, Pivotal Research Group, que indica que seus clientes vendam suas ações da rede social.
Ele acrescentou, no entanto, que não era provável que tivesse um impacto significativo nos negócios da empresa, pelo menos por enquanto. Isso porque é improvável que os anunciantes "mudem repentinamente a trajetória do crescimento de seus gastos na plataforma".
As perdas representaram a maior queda diária do Facebook. Até aqui, a maior queda aconteceu em janeiro, depois que o Facebook anunciou mudanças no algoritmo e disse que isso afetaria o envolvimento dos usuários no curto prazo. Na ocasião, as ações caíram 4,5% em um dia.
Em resposta, o Facebook disse que contratou uma auditoria independente, a Stroz Friedberg, para investigar as ações do grupo Cambridge Analytica – a empresa, por sua vez, se comprometeu a colaborar com as investigações e fornecer acesso às suas máquinas e servidores para a auditoria. Em atualização a seu comunicado, o Facebook disse que agentes da Stroz Friedberg estiveram no escritório da Cambridge Analytica em Londres, mas desistiram de entrar na empresa depois que o governo inglês emitiu um mandado para conduzir sua própria investigação na empresa.
Vazamento. No último sábado, o jornal norte-americano The New York Times publicou que, em 2015, dados privados de mais de 50 milhões de usuários do Facebook acabaram indevidamente nas mãos da empresa de análise de dados Cambridge Analytica e que as informações não foram excluídas apesar dos pedidos feitos pelo Facebook.
Em relação, o chefe do Parlamento Europeu disse na segunda-feira, 19, que os legisladores da União Europeia investigarão se o uso indevido de dados ocorreu, acrescentando que a alegação é uma violação inaceitável dos direitos de privacidade dos cidadãos.
Desde então, o Facebook tem enfrentado novos pedidos de regulamentação do Congresso dos EUA e questionamentos sobre a segurança de dados pessoais dos usuários.