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‘Ainda estamos longe da nossa missão’, diz vice-presidente de produto do Uber

Ex-Google, Daniel Graf veio ao Brasil para lançar hackathon e entender problemas de motoristas e usuários; para ele, empresa tem de entender necessidades local para conseguir entregar transporte confiável

Por Bruno Capelas
Atualização:
Empresa lançou hackathon para desenvolvimento de funcionalidades e resolução de problemas locais em seu aplicativo Foto: Reuters/Simon Dawson

Como seria de se esperar de um alto executivo de tecnologia, o vice-presidente de produto do Uber, Daniel Graf costuma levar no bolso um smartphone premium – no caso, o iPhone X, lançado recentemente pela Apple. Em sua vinda ao Brasil nesta semana, porém, ele teve de trocar o aparelho por um simples Moto G5, um dos dispositivos mais vendidos no País. “Minha equipe queria que eu entendesse como é pedir um Uber no Brasil”, explica ele, em entrevista ao Estado. 

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A experiência foi reveladora: com apenas uma nota de R$ 50 no bolso, ele teve de esperar sua motorista achar troco antes de desembarcar – e teve de lidar com mapas que não atualizavam direito no celular. 

“Isso mostra o quanto ainda estamos longe da nossa missão. Precisamos trabalhar para resolver esses problemas e entregar nossa meta: transporte confiável para qualquer pessoa em qualquer lugar”, diz ele, que veio ao Brasil para entender os problemas dos usuários locais e lançar o Uber Hack, primeiro hackathon – maratona de desenvolvimento de funções e projetos – da empresa na América Latina. 

Com seis etapas espalhadas pelo Brasil nos próximos meses, o Uber Hack será realizado nas cidades de Porto Alegre, Fortaleza, Belo Horizonte, Brasília, Recife e São Paulo. “É para quem está interessado em dados ou comportamento de usuários, quer saber como as pessoas se movimentam por aí e quer ajudar a melhorar a mobilidade”, explica. 

Ao final das seis etapas, as equipes finalistas vão disputar o prêmio da competição – uma viagem para Pittsburgh, onde poderão conhecer o projeto de carro autônomo da empresa. As inscrições e os detalhes da competição estão abertas no site oficial do Uber. 

Meta. Segundo Graf, hoje a empresa ainda domina menos de 1% de seu mercado potencial – o das viagens urbanas. “Não substituiremos o metrô, mas podemos ajudar a te levar de casa para a estação e vice-versa, percorrendo a última milha”, diz o executivo. 

Para ele, no entanto, a chegada de Dara Khosrowshahi ao comando da empresa, no segundo semestre de 2017, ajudou a companhia a ganhar foco. 

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“Antes, nós éramos focados em crescimento a qualquer custo. Agora, estamos muito mais integrados e pensamos em prioridades globais. No fim das contas, somos todos motoristas ou passageiros, certo?”, diz. 

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