'Aleksandr Kogan vendeu dados para outras empresas', diz Zuckerberg

Durante depoimento no Senado, presidente do Facebook admite que pesquisador que vendeu dados para a Cambridge Analytica repassou informações para outras empresas

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Por Bruno Capelas e Claudia Tozzeto
Atualização:
Zuckerberg durante audiência no Senado americano Foto: Washington Post

O presidente executivo do Facebook, Mark Zuckerberg, admitiu na noite desta terça-feira, 10, que Aleksandr Kogan, o pesquisador que está por trás do quiz que coletou dados de pelo menos 87 milhões de usuários de, pode ter vendido sua base de informações para outras empresas. "Aleksandr Kogan vendeu dados para outras empresas. Uma delas se chama Eunoia, não tenho a lista das outras aqui", disse Zuckerberg durante seu depoimento, em resposta a uma pergunta da senadora democrata Tammy Baldwin, do Wisconsin.

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Após a pergunta, Baldwin mudou de assunto. Até o momento, nenhum senador retomou o assunto durante o depoimento de Zuckerberg no Senado, que já dura mais de quatro horas e meia. 

Entenda o caso. Aleksandr Kogan é o pesquisador da Universidade de Cambridge que criou o This is Your Digital Life, aplicativo de testes psicológicos que coletou dados dos usuários do Facebook. Posteriormente, Kogan vendeu esses dados para a consultoria política Cambridge Analytica, que pode tê-los usado para influenciar as eleições americanas de 2016, segundo reportagens recentemente publicadas pelos jornais The Observer e The New York Times

O anúncio de Zuckerberg na noite desta terça-feira é a declaração mais evidente até aqui de que outros escândalos como o da Cambridge Analytica pode estar por surgir. Vale dizer ainda que a Eunoia, a empresa citada por Zuckerberg no depoimento, foi criada pelo informante Christopher Wylie após deixar a Cambridge Analytica. 

Segundo reportagem do portal americano Buzzfeed, a Eunoia também ofereceu seus serviços para a campanha presidencial de Donald Trump. Emails obtidos pela publicação mostram que a empresa tinha dados de perfis de pelo menos 50 milhões de usuários – o mesmo número que Wylie revelou aos jornais. 

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