Após 10 anos, Apple luta para manter força do iPhone

Aparelho, que revolucionou mercado de smartphones, agora sofre com poucas inovações

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Por Claudia Tozzeto
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Parece que foi ontem, mas faz dez anos desde que Steve Jobs, cofundador e à época presidente executivo da Apple, revelou o iPhone. O novo aparelho integrava o tocador de música iPod, um telefone celular e um navegador de internet. Os aplausos efusivos, ao longo da apresentação na Macworld 2007 – convenção de fãs dos produtos da empresa – mal deixavam Jobs continuar a falar. Não era à toa. O produto, que só chegaria às lojas cerca de seis meses depois, transformou a indústria de celulares e foi o ponto de partida para a criação de uma indústria bilionária de aplicativos.

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Mas não foi só o mercado que mudou com a chegada do iPhone. No final de 2006, a Apple tinha valor de mercado de US$ 70 bilhões. Desde então, seu valor se multiplicou e, hoje, a companhia se mantém no topo das empresas de tecnologia mais valiosas do mundo. Com ações negociadas na Nasdaq, a empresa tem valor de mercado de US$ 634,54 bilhões. O iPhone é seu carro-chefe e responde por quase 70% da receita.

Um pouco da força do iPhone se esvaiu ao longo da última década. Nos primeiros anos após sua estreia, os eventos de lançamento de novas versões eram cheios de surpresas: o aparelho se tornou compatível com redes 3G, dando um salto na velocidade de navegação na web; ganhou uma loja de aplicativos, que rapidamente se tornou celeiro de inovações; e foi pioneiro ao inaugurar a era das assistentes pessoais, com a Siri.

Com a concorrência dos smartphones com sistema operacional Android, do Google, os fãs da marca da maçã ficaram decepcionados com a demora da empresa em responder às mudanças do mercado. Só em 2012, com o lançamento do iPhone 5, por exemplo, a empresa decidiu aumentar ligeiramente o tamanho da tela do smartphone, de 3,5 polegadas para 4 polegadas. Na época, a Samsung já ganhava mercado com produtos como o Galaxy Note, com sua tela maior de 5 polegadas.

Encruzilhada. Desde que Tim Cook assumiu a presidência da Apple, após a morte de Jobs em outubro de 2011, a empresa lançou poucos novos produtos. E, até o momento, nenhum deles mostrou potencial para substituir o iPhone como o principal da marca. O relógio inteligente Apple Watch, lançado em 2015, é um exemplo disso: ele ainda não se tornou um sucesso de vendas – assim como a categoria a qual pertence. Soma-se a isso a desaceleração das vendas globais de smartphones, que tem penalizado a empresa, bem como seus concorrentes.

A Apple continua sendo uma empresa sólida e o iPhone sempre atrai filas de consumidores pelo mundo a cada lançamento anual. Porém, os efeitos da situação adversa já aparecem: a Apple registrou a primeira queda na receita anual desde 2001, ao concluir seu ano fiscal de 2016, em outubro. As críticas e resultados negativos, contudo, ainda são irrelevantes para ofuscar o legado de uma das maiores inovações da última década

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