O Google enviou ontem à Comissão Europeia, autoridade responsável pela regulamentação econômica da União Europeia, os detalhes de seu plano para que o seu serviço de buscas obedeça às regras de concorrência do continente.
Em 27 de junho, o Google foi multado pela Comissão Europeia em US$ 2,9 bilhões por ferir as práticas de antitruste da União Europeia. A principal acusação é de que o serviço de busca abusou de sua posição dominante no mercado ao dar destaque, nas pesquisas de usuários europeus, ao seu serviço de comparação de preços, o Google Shopping, no lugar dos rivais.
A multa teve valor recorde em casos de “abuso de posição dominante” – até então, a maior pena do tipo foi de € 1,06 bilhão, imposta em 2009 à fabricante de computadores Intel.
A empresa tinha até a noite de ontem para entregar um plano à entidade para encerrar as práticas de truste até o dia 28 de setembro. Caso a empresa não consiga acabar com as práticas, o Google terá de pagar cerca de US$ 12 milhões (ou 5% do faturamento diário da empresa). “O Google vai continuar de estar sob a obrigação de manter a Comissão informada de suas ações submetendo relatórios periódicos”, disse um porta-voz da entidade europeia, após receber os detalhes dos planos.
Android. O caso do Google Shopping é o primeiro de uma série de disputas que a empresa norte-americana está tendo com a Comissão Europeia. Espera-se que, até o final do ano, a autoridade regulatória do Velho Continente também distribua uma multa à empresa por práticas anticoncorrenciais no sistema operacional Android, usado em tablets e celulares.
O ponto central da investigação, iniciada em 2010, é de que o Google usou sua posição de dominância para forçar fabricantes de smartphones a vender aparelhos com aplicativos pré-instalados de outros produtos da empresa, como o serviço de email Gmail, o buscador Google ou o site de vídeos YouTube.
Outro caso em que o Google está sendo investigado pela Comissão Europeia começou em julho de 2016 e está relacionado à forma como ferramentas de publicidade da empresa restringiram o poder de escolha de consumidores.