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Banco Neon agora mira mercado corporativo

Banco digital completa um ano de atuação com 180 mil clientes; startup, viabilizada por investidores-anjo, briga diretamente com Next, do Bradesco

Por Claudia Tozzeto
Atualização:
Desafio do Neon, de Conrade, é ganhar escala sem aumentar custos de operação Foto: JF DIORIO /ESTAD?O

O Banco Neon, startup independente do setor financeiro, está completando um ano de atuação com 180 mil clientes de olho em um novo segmento de clientes para crescer: o mercado corporativo.

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Fundado em julho de 2016, o Neon é uma joint venture entre a startup Controly, fundada por Pedro Conrade, e o banco Pottencial, instituição financeira com sede em Belo Horizonte. A operação do Neon foi, até agora, viabilizada por investidores-anjo, sem auxílio de fundos de investimento. A empresa não revela o valor que já captou.

Nasceu com uma proposta diferente da maioria das fintechs, como são chamados os negócios financeiros nascentes. Em vez de oferecer um único produto – como o NuBank, que se especializou em cartões de crédito –, decidiu optar por um leque de serviços completo, mais próximo do portfólio de um banco tradicional.

No segmento corporativo, o Neon ainda opera em fase de testes. Até agora, 500 empresas já abriram contas no Neon e parte delas levou seus funcionários a abrir conta para receber o salário. Ainda não há prazo para que o serviço corporativo saia da fase de testes e entre na estante de produtos do banco. 

Apesar de ainda representar uma pequena fração do universo do setor financeiro no País – que soma 92 milhões de contas-correntes, segundo o Banco Central –, a empresa tem conseguido superar as próprias metas de acordo com Conrade. 

O escritório central do Neon, localizado em São Paulo, tem 130 funcionários (há um ano, eram 70). “A gente deve começar a procurar um novo espaço em breve. Não imaginava que cresceríamos tão rápido.”

Embora o primeiro ano tenha sido de rápida expansão – o que não é incomum entre startups –, o diretor de inovação da Accenture, Guilherme Horn, afirma que a empresa precisa provar que tem condições de se adaptar a uma escala maior. “O grande desafio começa agora: multiplicar esse número (de correntistas) sem crescer muito o gasto com estrutura.”

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O Neon cobra pelas transações individualmente, depois que o “pacote” gratuito expira. Ao abrir uma conta, o cliente do Neon recebe um cartão de débito e tem direito a um saque e a uma transferência sem custo por mês.

Cenário. O surgimento das startups no setor financeiro tem levado os grandes bancos a reagir. Gigantes como Itaú e Banco do Brasil, por exemplo, passaram a oferecer opções de conta digital e aumentaram seus esforços no segmento. A meta é atrair e segurar os millennials – clientes com até 30 anos –, o principal público-alvo das fintechs.

O movimento mais claro nessa direção foi o do Bradesco, que lançou o Next, um banco 100% digital que atraiu 30 mil novos clientes nos primeiros cinco dias de operação. O serviço, que ficou dois anos em “gestação” dentro do banco, é operado pelo banco em uma estrutura independente, com cerca 150 funcionários. Ao contrário do Neon, o Next decidiu cobrar mensalidades fixas por seus serviços.

“A reação dos bancos ainda está começando e ainda não é possível ver resultados”, afirma Horn, da Accenture. “Mas há uma clara sinalização de que eles vão brigar com as startups por esse mercado.”

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