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Cabify recebe US$ 160 milhões em aporte e troca liderança no Brasil

Fernando Matias, ex-diretor executivo da Easy, assume comando da startup espanhola no País; mudança faz parte da reestruturação da empresa, que tenta enxugar estrutura para competir com Uber e 99

Por Mariana Lima
Atualização:
Candidato a motorista de aplicativo deve fazer bem as contas para não sair no prejuízo Foto: Daniel Teixeira/Estadão

A Maxi Mobility, grupo controlador da Cabify e da Easy, anunciou nesta segunda-feira, 22, um novo aporte de US$ 160 milhões para expandir suas operações em 14 países da América Latina e Península Ibérica. A empresa não confirmou quanto será investido no Brasil, onde a Cabify passa por uma fase de reestruturação. 

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O anúncio acontece em um momento de mudanças no quadro de funcionários da Cabify no Brasil – a principal delas, também anunciada nesta segunda-feira, é a entrada de Fernando Matias como novo gerente de operações da startup espanhola no País. Matias era presidente executivo da Easy, startup brasileira que foi comprada há seis pela Cabify. No lugar de Matias, assume Bruno Mantecón – as duas startups mantém operações separadas por enquanto. Já o antecessor de Matias, Daniel Bedoya, foi alçado ao posto de diretor de operações da Cabify no mundo todo. 

“Com a minha nova função, damos por encerrado o processo de reestruturação da empresa e entramos em uma nova etapa de contratações, com 20 a 30 vagas abertas. Decidimos centralizar as atividades estratégicas na nossa matriz e deixar as regionais apenas com a operação”, diz Matias. Na semana passada, apurou o Estado, a empresa demitiu funcionários em diversos escritórios do País. Hoje, a empresa possui 3 milhões de usuários no País e 200 mil motoristas nas nove cidades em que atua. No mercado, a espanhola ocupa um incômodo terceiro lugar, atrás de Uber e 99. 

“Este ano, vamos nos posicionar de forma estratégica investindo em experiência e marca para aumentar a fidelidade dos nossos usuários e motoristas. Vamos focar em melhorias nas cidades que já trabalhamos, sem previsão de entrar em novas regiões”, afirma Matias, em entrevista ao Estado na manhã desta segunda-feira, 22. Em entrevista recente ao jornal, o professor Benjamin Rosenthal, da Escola de Administração de Empresas da FGV-SP, disse que a estratégia pode assustar investidores. "É uma estratégia estranha para quem comprou um rival há menos de um ano”, disse o professor.

Segundo Matias, parte dos recursos recebidos pela Maxi Mobility serão dedicados ao Brasil, sem revelar detalhes financeiros.  O dinheiro da rodada é de fundos de capital de risco, como Rakuten Capital, TheVentureCity, Endeavor Ctalyst, GAT Investiments, Liil Ventures e WTI, além de investidores da Espanha e da América Latina. Não há previsões para investimentos focados no mercado brasileiro, como aconteceu no passado.

O aporte pode servir como salva-vidas para a empresa – na semana passada, analistas ouvidos pelo Estado indicaram que a falta de capital da espanhola, perante os cofres gordos de Uber e 99, poderia atrapalhar a empresa na competição brasileira. “Sem ter o mesmo nível de capital que as concorrentes, a Cabify terá que buscar outras estratégias que não a competição frontal para seguir competitiva”, disse o empreendedor Felipe Matos, autor do livro 10 Mil Startups.

Para 2018, diz o executivo, a Cabify irá focar em diferenciação, melhorando o aplicativo e a experiência dos usuários e clientes, além de aproximar a relação com a Easy. “As operações das duas empresas permanecerão independentes, mas a minha vinda para a Cabify é uma forma de fortalecer a conexão das companhias e a troca de experiências entre elas”, diz Matias. / COM REUTERS

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