Cambridge Analytica declara falência nos Estados Unidos

A empresa que já tinha entrado com pedido de insolvência no Reino Unido, oficializou o processo de falência de suas filias americanas

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Por Agências
Atualização:
Alexander Nix, da Cambridge Analytica: símbolo do "novo" marketing político Foto: Alex Hofford/EFE

Depois de entrar com o pedido de insolvência no Reino Unido, a empresa de consultoria política Cambridge Analytica declarou falência nos Estados Unidos na noite desta quinta-feira, 17. A companhia alega forte queda nos negócios depois que foi noticiado o escândalo de uso de dados de 87 milhões de usuários do Facebook na campanha eleitoral do presidente Donald Trump.

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O pedido foi protocolado na Corte de Falências do Sul do Distrito de Nova York e assinado em nome do conselho da Cambridge Analytica por Rebekah e Jennifer Mercer, filhas do bilionário Robert Mercer. A família Mercer foi um dos maiores doadores da campanha de Trump.

No documento, a Cambridge Analytica LLC listou ativos na faixa de US$ 100.001 a US$ 500.000 e passivos na faixa de US$ 1 milhão a US$ 10 milhões.

O protocolo não foi uma surpresa para o mercado. A Cambridge Analytica e sua controladora britânica, SCL Elections Ltd, disseram no começo do mês que iriam fechar imediatamente e começar o processo de falência de suas afiliadas nos Estados Unidos.

À época, a Cambridge Analytica também revelou os resultados de sua investigação interna sobre o escândalo. A empresa diz que vai encerrar a operação apesar da “confiança inabalável de seus funcionários” a quem diz que agiram de forma “ética e legal”, apesar da intensa cobertura da mídia sobre assunto.

“Não é mais viável continuar operando o negócio, o que deixou a Cambridge Analytica sem uma alternativa realista”, disse a empresa, no comunicado. A consultoria diz ainda que apesar da “precária condição financeira” atual, pretende cumprir integralmente suas obrigações com seus funcionários.

Outro lado. Já o Facebook tem enfrentado várias investigações nos Estados Unidos e na Europa sobre o manuseio de dados pessoais de usuários, prejudicando as ações da empresa liderada por Mark Zuckerberg.

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Zuckerberg compareceu perante os comitês do Congresso dos EUA para testemunhar sobre privacidade de dados e já disse que se reunirá na próxima terça-feira, 22, com líderes do Parlamento Europeu.

Em meio às investigações, o Facebook informou na última segunda-feira, 14, que suspendeu cerca de 200 aplicativos. A suspensão aconteceu após a empresa encontrar indícios de fraudes durante o processo de análise entre os aplicativos que tinham acesso a grandes quantidades de dados de usuários.

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