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CES 2017: Para voltar à briga, Sony retoma TV de OLED

Pioneira na tecnologia, japonesa perdeu relevância para as coreanas LG e Samsung

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Por Matheus Mans
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Sete anos separam os primeiros protótipos de televisores da Sony com tecnologia OLED (ler mais ao lado) até o lançamento da A1E Bravia, nova TV da fabricante japonesa com a tecnologia. O lançamento do televisor, durante a Consumer Electronics Show (CES) – feira que acontece até o próximo domingo em Las Vegas, nos Estados Unidos –, surpreendeu o mercado e mostrou que a Sony ainda está disposta a investir para brigar com as rivais sul-coreanas Samsung e LG.

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“A Sony renasceu das cinzas com o lançamento dessa TV”, disse Marcelo Zuffo, professor do departamento de engenharia de sistemas eletrônicos da Escola Politécnica da USP, ao Estado. “Eles criaram a tecnologia e tentaram fazer um televisor OLED no final da década passada, mas não conseguiram passar de um aparelho de 32 polegadas.”

Quando a tecnologia foi criada, o maior desafio das fabricantes de TVs era o de evitar a oxidação dos diodos emissores de luz orgânicos que compõem a tela. Quando isso acontece, um ponto da TV fica apagado, prejudicando a qualidade final da imagem. Em TVs com telas maiores de 32 polegadas, a ocorrência da falha reduz drasticamente a vida útil do produto.

Com o tempo, porém, a Samsung e a LG conseguiram desenvolver painéis de TV maiores usando OLED e a Sony ficou para trás: a empresa continuou fabricando TVs, mas apenas com a tecnologia LED. O resultado se reflete nas vendas: as duas marcas sul-coreanas, juntas, representam mais de 33% das vendas de TVs no mundo, segundo a consultoria britânica IHS Research. A Sony – ao lado de outras marcas japonesas que já foram muito populares no passado – tem apenas 15,3% das vendas no segmento.

Com a retomada tardia do uso da tecnologia, a Sony tenta voltar a se destacar no mercado. O novo modelo de TV, que exibe imagens com resolução Ultra HD ou 4K, tem design elegante e chega ao mercado em três tamanhos, o maior deles de 77 polegadas. Além disso, chama a atenção a ausência de caixas de som: o áudio vem da própria tela, que vibra e propaga o som no ambiente. 

Tendência. Para o professor, a tecnologia OLED é importante para todas as fabricantes de TVs, já que deve continuar dominante no mercado nos próximos anos. “O OLED continua sendo o futuro da televisão”, afirma Zuffo. “Ele é mais leve, tem uma maior qualidade de imagem e é mais econômico.”

Outros fabricantes, porém, já investem na evolução das TVs. A LG, por exemplo, anunciou uma TV com tela de OLED, mas de espessura de apenas 2,57 milímetros. Ela pode ser pendurada na parede com apenas dois ímãs. Segundo Zuffo, apesar de ser tão fina, trata-se do mesmo painel de OLED das TVs que já estão no mercado – a diferença está na separação da parte eletrônica da TV.

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A sua rival Samsung, por outro lado, apresentou um televisor com tela feita de pontos quânticos, uma tecnologia conhecida como QLED. Em essência, no lugar dos diodos emissores de luz, a fabricante usa cristais de tamanho nanométrico, impossíveis de ver a olho nu.

Muitos especialistas, porém, afirmam que a tecnologia de pontos quânticos não é tão boa quanto o OLED, que ainda ofereceria uma melhor qualidade de imagem. Além disso, a tecnologia de pontos quânticos também tende a deixar as TVs mais caras e com tempo de vida reduzido. “A tecnologia de pontos quânticos ainda não é o que espereva. Queria ver TVs com resolução 8K e mais tecnologias disruptivas”, diz o professor, que está presente na CES. “Ainda falta algo para os fabricantes.” 

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