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Dona do Snapchat abre capital com valorização de 41%

Empresa de tecnologia tem maior IPO do setor desde o chinês Alibaba, em 2014; inicialmente cotadas a US$ 17, ações começaram a ser negociadas por US$ 24

Por Redação Link
Atualização:
Evan Spiegel (ao centro) e Bobby Brown, os cofundadores do Snapchat, tocam o sino para a abertura do pregão da bolsa de Nova York nesta quinta-feira, 2 Foto: Lucas Jackson/Reuters

A Snap, empresa que é dona do aplicativo de mensagens efêmeras Snapchat, abriu seu capital na manhã desta quinta-feira, 2, na bolsa de valores de Nova York – com direito até a Evan Spiegel, co-fundador e presidente executivo da empresa, a soar o sino de abertura do pregão. Inicialmente cotada a US$ 17 por ação, a empresa começou a ser negociada às 13h15 (horário de Brasília) desta quinta, a US$ 24 por papel – valorização de 41% na comparação com o preço inicial estipulado. Com o preço de US$ 24 por ação, a Snap está avaliada em US$ 33,3 bilhões. 

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Apesar do mercado em Nova York começar a funcionar às 11h30 da manhã, as ações da Snap demoraram um pouco para começar a ser negociadas na bolsa local. Isso acontece porque investidores e vendedores de ações precisam encontrar um preço médio inicial para que as primeiras operações aconteçam – como se fosse um leilão. 

Em IPOs pequenos, isso costuma ser rápido. Não foi o caso aqui: a Snapchat vendeu 200 milhões de ações, no maior IPO do setor de tecnologia desde o Alibaba, em 2014. Naquela ocasião, as ações do Alibaba só começaram a ser vendidas às 14h (horário de Brasília). 

A expectativa dos investidores tem sido alta: segundo a agência de notícias Reuters, a demanda pelos papeis da Snap foi dez vezes maior que a oferta – em cenários desse tipo, é bastante possível que a empresa consiga boa valorização em seu primeiro dia listada na bolsa. A Snap vai vender 200 milhões de ações, e espera arrecadar cerca de US$ 3,4 bilhões em seu primeiro dia na bolsa de valores. 

Para analistas, o timing do IPO não poderia ser melhor – os investidores estão em buscas de oportunidades no setor de tecnologia, uma vez que 2016 foi um ano fraco para o setor em termos de aberturas de capital. O sucesso da dona do Snapchat poderia incentivar outras empresas a seguir o mesmo caminho. 

Há, no entanto, uma controvérsia sobre o IPO da Snap: ao contrário do que acontece na maior parte das empresas listadas em bolsa, a companhia não vai vender a seus investidores ações ordinárias – isto é, com direito a voto nas decisões da companhia. O controle de votos vai ficar na mão dos co-fundadores Evan Spiegel e Bobby Brown: apesar de ficarem com apenas 45% das ações, eles terão 88,5% dos votos no conselho da empresa. 

Ontem, a Securities and Exchange Comission (entidade regulatória do mercado aberto nos EUA) disse que vai questionar a Snap por não vender ações ordinárias para seus investidores na bolsa. Mais do que uma simples questão de poder, há dúvidas sobre o grau de abertura de informações que a Snap poderá dar sobre suas operações em balanços trimestrais e anuais, disse o comissário da SEC Kurt Schacht, à agência de notícias Reuters. 

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Câmera. No documento em que pediu sua inserção no mercado aberto, a Snap se define como uma "empresa de câmeras" e acredita que "reinventar a câmera fotográfica representa nossa maior oportunidade de mudar a maneira que as pessoas vivem e se comunicam". No entanto, a maioria dos investidores observa que a empresa ainda é "uma rede social", comparando-a com empresas como Twitter e Facebook. 

Fundada em 2011 como Snapchat, a Snap é responsável pelo aplicativo homônimo e já recebeu propostas de aquisição de companhias como Google e Facebook – esta última ofereceu a Evan Spiegel, co-criador do app, cerca de US$ 3 bilhões em dezembro de 2014.Além do aplicativo, o único produto da empresa são os óculos Spectacles, que permitem a seu usuário gravar pequenos vídeos. 

Hoje, o Snapchat tem 158 milhões de usuários ativos diariamente. Além do número de usuários, a empresa divulgou no relatório em que pediu sua inserção na bolsa suas movimentações financeiras recentes. 

Segundo o documento, divulgado nesta quinta-feira, 2, a empresa teve prejuízo operacional de US$ 514,6 milhões ao longo do ano passado, faturando US$ 404 milhões. De acordo com a companhia, a receita cresceu 500% em comparação com o que foi faturado em 2015. Em 31 de dezembro de 2016, a empresa tinha 1.859 funcionários.

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