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Dona do Snapchat fecha o dia com alta de 44%

Empresa de aplicativo de mensagens efêmeras estreia com o pé direito na bolsa

Por Bruno Capelas
Atualização:
Os fundadores do Snapchat,Bobby Murphy (esq.) e Evan Spiegel (centro), compareceram na abertura de capital do Snapchat para soar o sino no início do pregão Foto: AFP PHOTO / Bryan R. Smith

A Snap, empresa que criou o aplicativo de mensagens efêmeras Snapchat, abriu seu capital ontem na bolsa de Nova York. O resultado não poderia ter sido melhor para a empresa: ao longo do dia, a companhia viu seus papéis se valorizarem 44% – dos US$ 17 iniciais por ação, a cotação no final do dia atingiu US$ 24,48. A boa avaliação fez com que o Snapchat chegasse ao valor de mercado de US$ 28,3 bilhões – dando à empresa a quarta maior abertura de capital do setor de tecnologia da história, à frente do Google e atrás apenas de Alibaba, Facebook e Twitter.

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Pouco antes do início do pregão na bolsa de valores de Nova York, funcionários da Snap circulavam com os Spectacles, óculos capazes de gravar pequenos filmes de dez segundos, lançados pela Snap no final de 2016. Os cofundadores da empresa, Evan Spiegel e Bobby Murphy, tocaram o sino de abertura do pregão do alto de um púlpito, sem se misturar.

Fundada como Pictaboo e conhecida como Snapchat, a empresa virou Snap no final do ano passado. A ideia, segundo Spiegel, era transformar a empresa em mais do que uma rede social: uma companhia de “vídeo e câmeras”. Desde sua fundação, a empresa já recebeu propostas de aquisição de companhias como Google e Facebook – Zuckerberg chegou a oferecer a Spiegel cerca de US$ 3 bilhões em dezembro de 2014, mas ele recusou a oferta.

O Snapchat tem 158 milhões de usuários diários e vem sendo copiado por grandes empresas. Em 2016, a Snap teve prejuízo de US$ 514,6 milhões– seu faturamento, por sua vez, foi de US$ 404 milhões. Para alguns analistas, são números que preocupam: sem dar lucro e com uma base de usuários menor que a dos rivais, o futuro do Snap como empresa não está garantido. 

No entanto, esse tipo de preocupação não rondou Wall Street ontem: com os números do primeiro dia, o Snapchat teve desempenho superior à média dos últimos IPOs de tecnologia. Segundo a consultoria Dealogic, apenas 43% das empresas do setor que abriram capital fecharam o primeiro dia de pregão com papéis valorizados, na comparação com o preço de abertura do mesmo dia.

Para analistas, o timing do IPO não poderia ser melhor – os investidores estão em buscas de oportunidades no setor de tecnologia, uma vez que 2016 foi um ano fraco no setor, em termos de aberturas de capital. O sucesso da dona do Snapchat poderia incentivar outras empresas a seguir o mesmo caminho. Ao todo, a empresa vendeu 200 milhões de ações.

Controvérsia. Há, no entanto, questões controversas sobre o IPO da Snap: ao contrário da maior parte das empresas listadas, a companhia não vai vender a seus investidores ações ordinárias, isto é, com direito a voto. O controle de votos vai ficar na mão de Spiegel e Brown: apesar de ficarem com apenas 45% das ações, eles terão 88,5% dos votos no conselho da empresa. 

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A Securities and Exchange Comission (entidade regulatória do mercado aberto nos EUA) disse que vai questionar a Snap por não vender ações ordinárias para seus investidores.

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