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Ex-presidente da Easy, Dennis Wang assume operações do Nubank

Novo executivo da startup do cartão de crédito roxo terá como desafios ajudar empresa a lançar conta bancária e crescer sua base de usuários

Por Bruno Capelas
Atualização:
Ex-presidente executivo da Easy, Dennis Wang assume o cargo de vice-presidente de operações do Nubank, uma das principais startups brasileiras. Foto: Luiza Gurgel/Nubank

Nos últimos meses, a startup brasileira Nubank, que desenvolveu um cartão de crédito controlado por aplicativo, tem tido um ritmo forte de contratações. Até o fim do ano, a empresa deve ter cerca de 750 funcionários – quase o dobro das 389 vagas que possuía em dezembro de 2016. Uma das contratações, porém, é bastante especial: Dennis Wang, ex-presidente executivo da startup de transportes Easy. Poucos dias após deixar a empresa, Wang assumiu a vice-presidência de operações do Nubank. 

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“Eu ia tirar um ano sabático, mas vim tomar um café com o David logo na primeira semana. Acabei não saindo mais”, conta Wang, em entrevista exclusiva ao Estado. No Nubank, o executivo terá bons desafios: fazer a startup a crescer sua base de usuários – hoje, o cartão de crédito roxo está nas carteiras de 2,5 milhões de brasileiros –, bem como ajudá-la nos próximos passos de novos produtos, como a conta bancária NuConta, anunciada em outubro pela empresa e ainda em fase de testes. 

Para David Vélez, presidente executivo do Nubank, pesou na contratação a experiência de Wang à frente da Easy – sob sua gestão, o aplicativo de transportes fez sua expansão para 30 países e quatro continentes, com uma equipe que chegou a 1,5 mil funcionários. “Crescemos rápido demais naquela época. Aprendi muito com isso, e entendo que hoje poderíamos ter focado mais em uma região, como a América Latina”, conta Wang. “Agora quero aplicar o que aprendi no Nubank.”

Além do cartão de crédito roxo e da NuConta, que deve estar disponível para qualquer pessoa no primeiro trimestre de 2018, Wang também supervisionará a operação do programa de fidelidade Nubank Rewards. Antes de entrar no mundo das startups, o executivo trabalhou no mercado financeiro em Londres. “Naquela época, eu já sabia que queria mexer com mobilidade e com serviços financeiros. São coisas que as pessoas usam todos os dias e que podem ter muita transformação”. 

Protótipo. Tida como grande próximo passo da startup brasileira, a NuConta – que deve transformar o Nubank em banco, de fato – ainda tem apenas serviços básicos, como transferências. “Ela é um MVP mesmo”, diz o colombiano Vélez, fazendo referência à sigla em inglês para produto mínimo viável, nome dado ao protótipo de um serviço que pode ser testado pelo público, mas ainda está em processo de desenvolvimento. “Seria um erro passar mais tempo desenvolvendo a NuConta com mais recursos e as pessoas não precisarem deles.” 

O ritmo forte de contratações nos últimos tempos, diz Vélez, tem sido voltado para a área de engenharia e também de atendimento. Hoje, a empresa tem 622 empregados. Crescer apenas pelo número de funcionários, porém, não está nos planos do colombiano – a meta do Nubank é ter eficiência pelos sistemas, brigando pelos usuários dos bancos tradicionais, mas sem chegar perto das dezenas de milhares de funcionários que os rivais têm. “Queremos que os usuários consigam resolver seus problemas todos pelo aplicativo”, diz Vélez. 

Com a contratação de Wang, Cristina Junqueira, cofundadora do Nubank, passa a se dedicar às áreas de marca, regulação e desenvolvimento de negócios. “Queremos ver o Nubank como um pólo de talentos”, explica o presidente executivo. 

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A empresa, nega, porém, ter interesse em adquirir ou investir em outras startups no País, replicando o modelo praticado por gigantes de tecnologia. “Somos muito chatos com os nossos processos, teria que ser algo realmente diferente para valer a pena”, diz Vélez. “O Brasil precisa de exemplos. O melhor que podemos fazer pelo ecossistema é crescer e ter sucesso.”

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