Travis Kalanick, o polêmico cofundador e ex-presidente executivo do Uber, anunciou ontem a criação de um fundo de investimentos chamado 10100 (pronuncia-se “dez-cem”, segundo o empreendedor). O anúncio foi feito a partir de uma publicação de Kalanick em sua conta no Twitter.
Segundo Kalanick, as principais áreas de investimento do 10100 serão os setores imobiliário de comércio eletrônico e inovação que está acontecendo na China e na Índia. “Já nossos esforços não lucrativos vão focar em educação e no futuro das cidades”, explicou. No texto, Kalanick disse ainda que o fundo é resultado de muitas conversas com investidores e pessoas no Vale do Silício desde que deixou o Uber.
O fundo é a primeira iniciativa pública em que Kalanick se envolve desde que deixou o cargo de presidente executivo do Uber em junho de 2017. Ele renunciou ao cargo após uma série de escândalos vir à tona, incluindo denúncias de assédio sexual de ex-funcionárias da empresa e de uso de software para enganar autoridades e concorrentes.
De lá para cá, Kalanick vendeu 29% das ações que tinha do Uber e recebeu US$ 1,4 bilhão, em uma negociação que envolveu o grupo japonês SoftBank. Especula-se no mercado que os recursos iniciais do 10100 virão dessa transação.
Além disso, Kalanick teve de depor na Justiça, no caso em que o Google acusava o Uber de roubar tecnologia de carros autônomos. Na ocasião, Kalanick disse que vê a empresa rival como líder no setor e contou como as duas companhias, antes parceiras, acabaram rompendo.
Significado. No Twitter, muito-se especulou sobre o significado do nome do fundo – duas teorias correntes são de que se trata de uma referência ao Google ou ao número 10 elevado à centésima potência.
Além disso, 10100 também é uma forma de se escrever 20 no sistema binário de notação, utilizado pelos computadores para processar cálculos. Procurado pela agência de notícias Reuters, Kalanick não respondeu às solicitações de entrevistas.