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Fabricante de chips Broadcom faz oferta recorde pela rival Qualcomm

Empresa anunciou que fez oferta para comprar a maior fabricante de chips para smartphones do mundo por US$ 103 bilhões; empresa combinada pode ser a terceira maior fabricante de chips do mundo

Por Agências
Atualização:
Qualcomm pode se juntar à Broadcom para compor terceira maior fabricante de chips do mundo Foto: Mike Blake/Reuters

A fabricante de processadores Broadcom anunciou nesta segunda-feira, 6, que fez uma oferta de US$ 103 bilhões para comprar a sua rival Qualcomm, hoje a maior fabricante de chips para smartphones do mundo. A empresa combinada pode se tornar a terceira maior fabricante de processadores do mundo, atrás apenas da Intel e da Samsung, e pode representar a maior aquisição da história na indústria de tecnologia.

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A Broadcom fez uma oferta 27,6% superior ao preço de fechamento das ações da Qualcomm na última quinta-feira, 2, de US$ 54,84. Se o acordo for aprovado, os acionistas da Qualcomm vão receber US$ 60 em dinheiro e US$ 10 em ações da Broadcom, por ação. Em nota, o presidente da Broadcom, Hock Tan, afirmou que vê benefícios na combinação para ambas as empresas. "Não faríamos essa oferta se não estivéssemos confiantes de que nossos clientes globais combinados vão abraçar essa combinação entre as duas empresas", afirmou.

Essa não é a primeira aquisição de peso no mercado de semicondutores nos últimos anos. Em julho do ano passado, o grupo japonês SoftBank comprou a projetista britânica de chips ARM, que desenvolveu a arquitetura usada na maior parte dos chips para smartphones, por US$ 32,2 bilhões. A Intel adquiriu outra fabricante de chips, a Altera, por US$ 16,7 bilhões e a própria Qualcomm vem tentando adquirir a NXP, que fabrica processadores para automóveis, por US$ 39 bilhões. Toda a movimentação tem a ver com a mudança no mercado de computação, que antes era focado em PCs, agora é móvel e, no futuro, estará cada vez mais amplo com o avanço da "internet das coisas", tendência que vai conectar todos os objetos à nossa volta.

A Broadcom afirmou que sua proposta é válida, mesmo que a aquisição da NXP não aconteça. Mas, segundo analistas, a oferta da Broadcom pode encorajar a Qualcomm a completar a aquisição da NXP. Entre os motivos estão os canais de distribuição e a escala de produção de chips no segmento automotivo, onde a Broadcom não tem grande presença.

A Broadcom, que hoje desenvolve projetos para processadores para conexão Wi-Fi e Bluetooth, entre outros produtos, não tem experiência no desenvolvimento de processadores para redes 4G e 5G. "A Broadcom precisa de capacidade de 4G e 5G que ela não tem hoje", disse o analista Patrick Moorhead, da Moor Insights & Strategy, ao jornal norte-americano Financial Times. "A operação será complexa."

Com o anúncio nesta segunda-feira, as ações da Qualcomm eram negociadas antes da abertura do mercado por US$ 64,39, o que representa alta de 2,57% em relação ao preço de fechamento de US$ 61,81 na última sexta-feira, 3. 

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