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Facebook suspende mais uma empresa por uso ilícito de dados de usuários

Dessa vez, o foco recaiu sobre a CubeYou, empresa de análise de dados que coletou informações sobre usuários a partir de testes e jogos

Por Redação Link
Atualização:
O presidente do Facebook, Mark Zuckerberg Foto: Stephen Lam/Reuters

O Facebook anunciou neste domingo, 8, que suspendeu mais uma empresa de análise de dados por violar suas políticas de uso de informações de usuários, em meio ao momento em que a empresa busca superar o escândalo, divulgado há três semanas, da Cambridge Analytica. 

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Segundo a empresa, a companhia de análise de dados CubeYou, que coletou dados dos usuários a partir de testes, foi punida por utilizar informações para fins de marketing e "não acadêmicos". 

"Estamos investigando-os. Se eles falharem ou se recusarem a serem auditados, seus aplicativos serão banidos do Facebook", disse Ime Archibong, vice-presidente de parcerias de produto da rede social, em um comunicado enviado à emissora norte-americana CNBC. 

É a segunda vez na semana que o Facebook suspende uma consultoria de dados: na última sexta-feira, foi a vez da canadense AggregateIQ. 

"Vamos trabalha com as autoridades britânicas e a Universidade de Cambridge para entender o desenvolvimento de aplicativos que usam dados do Facebook, dado os recentes acontecimentos", disse Ime Archibong, fazendo menção ao pesquisador Aleksandr Kogan, de Cambridge, que criou o teste "This is your digital life", base para a coleta de dados de pelo menos 87 milhões de usuários, conforme revelou o Facebook nesta semana. 

Senador. Neste domingo, 8, o Facebook também foi alvo de críticas na política americana. John Kennedy, senador republicano pelo Estado da Louisiana, disse que talvez os problemas da empresa sejam "muito grandes" para que a rede social possa resolvê-los sozinha. 

"Minha maior preocupação é que a questão com a privacidade e a propaganda são grandes demais para só o Facebook resolvê-las. Essa é a parte assustadora", disse ele ao programa da TV CBS, Face The Nation. O senador admitiu que, dadas as circunstâncias, pode ser necessária regulação para a rede social. Nesta terça-feira, 11, Mark Zuckerberg vai depor em duas comissões do Senado americano para falar sobre o escândalo da Cambridge Analytica. 

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Entenda o caso. Reportagens dos jornais The New York Times e The Observer, de Londres, revelaram que a empresa de inteligência Cambridge Analytica colheu informações privadas de mais de 50 milhões de usuários do Facebook, em um esforço para beneficiar a campanha eleitoral do presidente americano, Donald Trump, em 2016.

A empresa britânica de inteligência digital coleta e relaciona dados para ações de marketing digital feitas por companhias e políticos. No caso em questão, ela usou o método para desenvolver ações para influenciar o cenário político americano e favorecer Trump.

Atingir o objetivo só foi possível graças a uma parceria com outra empresa, a também britânica Global Science Research, liderada por Aleksandr Kogan, pesquisador da Universidade de Cambridge. Ele criou um quiz online, chamado This is your digital life (Esta é sua vida digital), que exigia que as pessoas conectassem sua conta do Facebook para ser acessado. Isso permitiu que o quiz de Kogan obtivesse informações pessoais dos usuários da rede social e de seus amigos.

Os dados obtidos por meio do teste foram vendidos pela Global Science à Cambridge Analytica, numa clara violação aos termos de uso do Facebook. Isso permitiu que a empresa de inteligência cruzasse dados com outras fontes e chegasse a um perfil preciso das pessoas, usado para enviar mensagens direcionadas – incluindo notícias falsas – para influenciar votos.

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