Facebook vai lançar recurso para pagar por notícias na rede social em outubro

Rede social está em conversas com veículos de imprensa e ainda estuda se novo recurso vai envolver modelo de assinaturas ou de pagamento por notícia

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Por Claudia Tozzeto
Atualização:
Facebook testa função nova nos comentários da rede social. Foto: Leon Neal/AFP

Atualizada em 20 de junho, às 19h14: o novo recurso será testado em outubro.

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A rede social Facebook vai começar a testar, em outubro, um novo recurso que vai exigir que os usuários paguem para ler notícias e reportagens por meio da rede social. Campbell Brown, diretora de parcerias com veículos de mídia, anunciou a novidade durante o evento Digital Publishing Innovation Summit, realizado em Nova York, nos Estados Unidos, na última terça-feira, 18. A informação foi divulgada primeiro pelo site norte-americano The Street, mas posteriormente confirmada ao Estado pelo Facebook.

Segundo fontes próximas à rede social, o Facebook está conversando com veículos de imprensa em todo o mundo para definir o modelo que será adotado. A empresa, porém, ainda não definiu se vai levantar um "paywall", como o adotado por grandes veículos de imprensa. Neste caso, quando o leitor acessar uma quantidade determinada de notícias por mês, ele terá de pagar uma assinatura para ler mais. Há também a possibilidade de que a ferramenta exija o pagamento de assinatura para alguns conteúdos.

"Estamos em conversas iniciais com diversas organizações de mídia sobre como podemos dar melhor suporte aos modelos de negócio por assinatura no Facebook. Como parte do Projeto Facebook para Jornalismo, estamos trabalhando em estreita colaboração com nossos parceiros e para entender suas necessidades”, disse Campbell, em nota enviada à imprensa.

O sistema de assinaturas do Facebook pode ser o primeiro grande passo da rede social para ajudar veículos de imprensa a se manterem rentáveis na era digital. A rede social toma a medida depois de sofrer severas críticas por permitir a disseminação de notícias falsas no site, além de excessos em bloqueios de determinados conteúdos, e ter de assumir sua responsabilidade como empresa de mídia -- embora não produza conteúdos que são compartilhados na rede. Trata-se, também, do primeiro grande projeto liderado com Campbell, que deixou a emissora de TV norte-americana CNN para se juntar à rede social em janeiro.

As informações de que o Facebook estaria desenvolvendo um modelo de assinaturas começaram a surgir em junho, quando o presidente executivo da News Corp -- que publica os jornais The Wall Street Journal e The Times of London --, Robert Thomson, afirmou à agência de notícias Bloomberg que estava em conversas com o presidente executivo do Facebook, Mark Zuckerberg, para encontrar uma forma para permitir que o valor do conteúdo jornalístico fosse reconhecido dentro da rede social.

De acordo com o executivo da News Corp, o modelo de assinaturas do Facebook poderá funcionar com base em temas específicos, como esportes ou política. Isso permitiria que o usuário pague somente pelos temas que ele tem maior interesse, em vez de pagar pela publicação completa. As informação não foram confirmadas pelo Facebook.

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