Google vai faturar em vendas de produtos feitas a partir de buscas

Novo modelo dará mais destaque a produtos e programas de fidelidade de varejistas parceiros em buscador, Google Express e Google Assistant

PUBLICIDADE

Por Agências
Atualização:
Google começa a faturar com partedo valor de venda de produtos encontrados no site Foto: Stephen Lam/Reuters

O Google anunciou nessa segunda-feira, 19, que elaborou uma nova forma de ganhar dinheiro com as buscas feitas por milhões de usuários em seu site. A empresa está se aliando a varejistas como Walmart e Target para faturar – também – uma fatia do valor de cada compra feita a partir de pesquisas pelo buscador do Google, serviço de compras (Google Express) e por comando de voz à assistente virtual da empresa (Google Assistant).

PUBLICIDADE

Com o novo programa, os varejistas listam seus produtos nas plataformas do Google. Além de ter vantagens em relação aos outros produtos gerados pela pesquisa, o Google também mostrará links para programas de fidelidade dos varejistas pagantes. Em contrapartida, os varejistas vão repassar um percentual da compra para a empresa de tecnologia.

A proposta foi apresentada como uma solução para os varejistas capturarem mais compras online em diferentes dispositivos – computadores, celulares e também os novos dispositivos de casas inteligentes que respondem por comandos de voz, apontados como a próxima barreira a ser vendida pelo mercado de comércio eletrônico. Com isso, o Google desponta como um dos principais rivais da Amazon, que usa sua assistente virtual por voz para o mesmo fim.

Estudos.  A novidade surgiu após análise de comportamento dos usuários, disse o presidente do varejo e de compras do Google, Daniel Alegre. A empresa constatou que milhões de usuários estavam fazendo buscas com imagens de produtos, junto com perguntas como: “Onde eu posso comprar isso?”, “Onde eu posso achar isso?”, “Como eu posso comprar isso”, etc. Segundo o executivo, ao longo dos últimos dois anos, as buscas móveis perguntando onde comprar produtos aumentaram em 85%.

Mas o padrão atual para muitos consumidores é uma pesquisa do Google que termina com uma compra da Amazon, disseram analistas. O novo programa do Google estará disponível nos Estados Unidos para varejistas de todos os tamanhos e poderá ajudar as cadeias de varejo a manter seus clientes.

"Tomamos uma abordagem fundamentalmente diferente da Amazon, porque nos vemos como um facilitador do varejo", disse Alegre. "Nós nos vemos como parte de uma solução para que os varejistas possam gerar melhores transações  e se aproximar do consumidor".

Os parceiros de varejo viram o tamanho médio do aumento de cesta de compras de um cliente em 30%, Alegre disse, apontando para resultados iniciais do programa de Compras. Ao longo dos últimos seis meses, a Target disse que o número de itens nos carrinhos de compra do Google Express dos compradores aumentou em média 20% como resultado de sua ligação com a empresa de internet.

Publicidade

Mercado de voz. Os varejistas também estão ansiosos para entrar no crescente mercado de compras de voz dominado pelo popular dispositivo doméstico Echo da Amazon, disseram analistas e consultores. Tanto o Walmart quanto o Target no ano passado pagaram para aparecer nos resultados da pesquisa através do Google Home.

O mercado é promissor. Dispositivos inteligentes de voz como o Echo e o Google Home serão instalados em 55% das famílias dos EUA até 2022, de acordo com a Juniper Research. E plataforma Alexa da Amazon poderia gerar US $ 10 bilhões em receitas até 2020, segundo estimativa do relatório feito pela RBC Capital Markets.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.