O grupo de mídia norte-americano Gawker pediu falência ontem nos Estados Unidos, meses após ser condenado pela Justiça local a pagar US$ 140 milhões por ter publicado um vídeo íntimo do ex-lutador profissional Hulk Hogan. Por não ter condições de pagar a indenização a Hogan, o grupo – que controla sites como Gizmodo, Gawker e Kotaku – decolarou insolvência e pretende fazer um leilão por seus ativos nas próximas semanas.
No documento de pedido de falência, o Gawker listou Terry Bollea – o nome verdadeiro de Hulk Hogan – como seu principal credor. A ação de Hogan foi patrocinada pelo investidor Peter Thiel, um dos fundadores do PayPal, como uma forma de retaliação ao Gawker – anos atrás, o site que dá nome ao grupo publicou uma matéria revelando que Thiel é homossexual.
Com o pedido de falência, o fundador do Gawker, Nick Denton, teve de vender sua participação no grupo – cerca de 45 milhões de ações ou 30% do Gawker – para financiar a batalha legal contra Hogan. Apesar do pedido, não está descartada ainda a hipótese de que Denton seja obrigado a pedir falência como pessoa física para complementar o pagamento da indenização devida a Hogan.
Em março, um júri de seis pessoas na Flórida decidiu que o Gawker deveria pagar a Hogan US$ 60 milhões por danos pessoais, US$ 55 milhões por danos financeiros e US$ 25 milhões em punições a Denton, depois que o grupo publicou um vídeo editado de 1 minuto e 41 segundos do lutador fazendo sexo com a mulher de seu então melhor amigo, o radialista Bubba the Love Sponge Clem.
Aquisição. A primeira oferta pelo Gawker já foi dada: o grupo de mídia Ziff Davis, dono de sites como o masculino AskMen e a publicação especializada em games IGN, fez um acordo inicial para adquirir o Gawker por pouco menos de US$ 100 milhões, segundo fontes familiarizadas com o assunto.
Porém, como a proposta faz parte de um leilão de falência, outros possíveis compradores podem fazer ofertas até o fim de julho, quando provavelmente o processo de bancarrota do Gawker deve chegar ao fim.
“Há uma enorme sintonia entre as duas empresas, seja em suas marcas, audiências ou forma de monetização”, afirmou um porta-voz da Ziff Davis. “Estamos ansiosos pela possibilidade de adicionar essas grandes marcas – e seus talentos – ao nosso grupo econômico.” Procurado, Nick Denton disse que se sentia “encorajado” a aceitar a proposta da Ziff Davis. / REUTERS