HTC pode voltar ao País com óculos de realidade virtual

Taiwanesa teve vida curta no Brasil com linha de smartphones; para lançar HTC Vive por aqui, empresa estuda questões tributárias

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Por Bruno Capelas
Atualização:
Com controles, sensores e óculos, HTC Vive é vendido por US$ 799 nos Estados Unidos Foto: Reuters

Depois de alguns anos fora do mercado brasileiro, a fabricante taiwanesa HTC pode voltar ao País em breve. Em entrevista ao Estado, Joel Breton, vice-presidente global de conteúdo da empresa, revelou que está trabalhando para lançar os óculos de realidade virtual HTC Vive no Brasil nos próximos meses. 

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“Estamos estudando o mercado, mas queremos trazer o HTC Vive para cá”, disse Breton, que está no Brasil para participar do Brazil's Independent Game Festival (BIG Festival), evento de games independentes realizado em São Paulo nesta semana.

A HTC tentou vender seus smartphones com o sistema operacional Android no Brasil ao longo da última década, mas esbarrou na concorrência com as rivais Samsung e Nokia, que dominavam o mercado com aparelhos de baixo custo. Ao mudar seu foco global para smartphones de alto padrão, em 2012, os executivos da empresa decidiram deixar o País. Agora, a entrada da fabricante no segmento de realidade virtual reacende a possibilidade de retorno, mas segundo a companhia, ainda não há uma data para isso acontecer.

De acordo com Breton, o principal entrave para a volta da empresa ao Brasil é a carga tributária que poderia incidir sobre o HTC Vive. A intenção da empresa, segundo Breton, é fazer parcerias com lojas de varejo para a venda do produto. “Nossa estratégia de entrar em um novo país começa com vendas online no nosso site e depois em parcerias com o varejo”, disse.“Precisamos mostrar como é a tecnologia para conseguir convencer o consumidor de que ele precisa da realidade virtual.”

O HTC Vive foi lançado em abril de 2016 nos Estados Unidos e é uma parceria da taiwanesa com a desenvolvedora de jogos americana Valve, responsável por títulos como Counter-Strike e Half-Life.

O kit dos óculos de realidade virtual é vendido a US$ 799 nos EUA: além do dispositivo principal, o conjunto inclui sensores de movimento que filmam os movimentos do usuário, além de dois controles preparados para realidade virtual.

Os óculos da marca têm entre seus principais rivais o Oculus Rift (Oculus), que custa US$ 599 e foi lançado em março nos Estados Unidos, e o PlayStation VR (Sony), que chega ao mercado americano em outubro por US$ 399. Tanto Oculus como Sony não revelaram, até o momento, se pretendem lançar seus óculos de realidade virtual no Brasil.

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Para Breton, o preço mais alto de seu produto não é um empecilho para a popularização da tecnologia. “Se você comprar os kits completos dos outros dispositivos, com câmeras e controles como os nossos, os preços serão parecidos”, disse o executivo. “Nosso plano para a popularização da realidade virtual é de uma década. Sabemos que, à medida que a tecnologia se populariza, os custos de produção caem e mais pessoas poderão se divertir.”

Produção local. Breton veio ao BIG Festival procurar estúdios brasileiros que estejam produzindo jogos e experiências para realidade virtual, numa tentativa de atraí-los para adaptar seus títulos ao HTC Vive. “Fico impressionado com o estilo de arte único, muito colorido, que se destaca do resto do mundo”, afirmou Breton.

Para o executivo da taiwanesa, ter bom conteúdo é o que diferenciará uma plataforma de realidade virtual das outras - na última E3, maior evento de games do mundo, a HTC divulgou que terá o jogo Fallout 4, da Bethesda, como exclusivo em sua plataforma. Já a Sony, por sua vez, contra-atacou anunciado a compatibilidade de títulos como Batman, Star Wars e Resident Evil.

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