Intel não informou governo dos EUA sobre falhas de segurança em chips

Mesmo tendo sido avisada de brechas seis meses antes da divulgação ao público, empresa foi omissa e poderá responder na Justiça sobre o assunto

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Por Agências
Atualização:
Empresa não quis projetar perdas graças às falhas de segurança Meltdown e Spectre Foto: AP/Paul Sakuma

A Intel não informou os funcionários de segurança digital dos Estados Unidos das chamadas falhas de segurança do chip Meltdown e Specter até que elas fossem divulgadas para o público. Seis meses antes da divulgação das brechas, a Alphabet havia notificado a fabricante de semicondutores dos problemas, de acordo com as cartas enviadas por empresas de tecnologia para legisladores na quinta-feira, 22.

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Os atuais e antigos funcionários do governo dos Estados Unidos levantaram a preocupação de que o governo não tenha sido informado sobre as falhas antes de se tornarem públicas, porque os erros têm implicações potenciais na segurança nacional.  A Intel disse que não achava que as falhas precisavam ser compartilhadas com as autoridades dos EUA, pois os hackers não haviam explorado as vulnerabilidades.

A Intel não informou a Equipe de Preparação para Emergência de Computadores dos Estados Unidos, mais conhecida como US-CERT, sobre o Meltdown e o Specter até o dia 3 de janeiro, após relatos sobre eles no site de tecnologia The Register começarem a circular. O US-CERT, que emite avisos sobre problemas de segurança cibernética para o setor público e privado, não respondeu a um pedido de comentário.

Os detalhes de quando as falhas de chip foram divulgadas foram enviados em cartas pela Intel, Alphabet e Apple na quinta-feira em resposta às perguntas do deputado Greg Walden, um republicano do Oregon que preside o Comitê de Energia e Comércio da Câmara dos Deputados dos EUA. As cartas foram lidas pela Reuters. A Alphabet disse que os pesquisadores de segurança em seu Google Project Zero informaram os fabricantes de chips Intel, AMD e ARM, do grupo japonês SoftBank problemas em junho.

A empresa deu aos fabricantes de chips 90 dias para corrigir os problemas antes de divulgá-los ao público, prática padrão na indústria de segurança cibernética destinada a dar aos alvos de erro um tempo para consertá-los antes que os hackers possam tirar proveito das falhas.

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