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Lyft faz aliança com empresas de transporte para frear crescimento do Uber

A empresa norte-americana de transportes se aliou com apps asiáticos para que o serviço oferecido seja global e unificado

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Por Matheus Mans
Atualização:

AP

 

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A Lyft, startup que oferece um aplicativo de carona paga nos Estados Unidos, anunciou ontem uma aliança com duas empresas asiáticas que oferecem serviços similares para tentar frear o crescimento da principal empresa do setor no mundo: o Uber. O acordo, que começa a valer no primeiro trimestre de 2016, faz parte da estratégia de internacionalização dos serviços oferecidos pelas três companhias. Além da Lyft, a empresa Ola (Índia) e a GrabTaxi (Malásia) fazem parte da aliança.

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Enquanto a Ola reúne mais de 200 mil motoristas em 85 cidades na Índia, o GrabTaxi, que conta com 75 mil motoristas, oferece seus serviços em 22 cidades de seis países da Ásia, como Cingapura e Indonésia. Com a aliança, um indiano poderá solicitar um carro da Lyft usando o app da Ola, quando estiver viajando nos Estados Unidos. O usuário do Lyft também contará com o recurso ao viajar para a Índia. As empresas também pretendem permitir que os clientes escolham um motorista que fale o mesmo idioma e aceite a moeda do país de origem.

Segundo as empresas, a aliança é a maneira mais fácil e rápida para que elas possam competir com Uber, que já está presente em mais de 350 cidades de 67 países. Lyft, Ola e GrabTaxi operam apenas em mercados domésticos. Esta é a estratégia de expansão internacional mais correta para nós, nossos usuários e nossos investidores”, disse o cofundador e presidente da Lyft, John Zimmer, em entrevista ao jornal The New York Times.

A Lyft já procurou outras empresas para fazer alianças similares. Em setembro, a empresa fez um acordo com a companhia de transportes Didi Kuaidi, que oferece seus serviços em mais de 350 cidades chinesas e é responsável por 80% das caronas no país asiático.

A empresa chinesa também deve se juntar às outras três plataformas de carona na aliança em breve. “A parceria com Lyft, GrabTaxi e Ola vai permitir que os usuários chineses façam viagens com uma facilidade sem precedentes e ajuda todos nós a melhorar os nossos serviços, utilizando nossa tecnologia e experiência coletiva”, disse o presidente executivo da Didi Kuaidi, Cheng Wei, em um comunicado.

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De acordo com a Lyft, a aliança vai permitir que os quatro aplicativos sejam oferecidos para mais de 80% da população mundial, uma vez que eles serão usados em países com grande densidade populacional, como China e Índia.

As companhias não se manifestaram sobre a possibilidade de expandir a aliança para empresas de transporte da Europa, América Latina e Austrália, nem se o acordo envolve transações financeiras.

Novas possibilidades. A Lyft está lutando, atualmente, para levantar US$ 500 milhões em investimentos nos Estados Unidos. Com isso, a startup poderia alcançar um valor de mercado de US$ 4 bilhões.

Em recente pronunciamento, o cofundador da empresa afirmou que a receita da empresa deve superar US$ 1 bilhão em 2016. A Ola, que alega dominar 80% das caronas na Índia, foi avaliada em US$ 5 bilhões em setembro deste ano. Ao mesmo tempo, a GrabTaxi, que está restrita ao mercado asiático, tem o valor de mercado estimado em R$ 1,5 bilhão.

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A chinesa Didi Kuaidi, que domina o mercado chinês de caronas, é a mais valiosa entre as empresas que devem fazer parte da aliança. De acordo com informações da companhia, seu valor de mercado é de US$ 17 bilhões.

Essas empresas receberam, até o momento, US$ 7 bilhões de investidores, o que as coloca em patamar de igualdade em relação ao Uber – que levantou o mesmo valor, sozinho, desde sua fundação em 2009.

Potencial. Atualmente, o mercado de aplicativos de transportes é um dos mais promissores da chamada “economia compartilhada”. De acordo com a Lyft, a indústria global de transporte de passageiros é avaliada em mais de US$ 2,25 trilhões – a empresa, porém, não divulga quanto os serviços de carona representam neste total.

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A aliança tenta proteger a maior fatia deste mercado, que está nos países asiáticos, em especial a China. O Uber começou a explorar a região no início deste ano e, além do serviço de motorista particular – que oferece em outros países, como o Brasil – a empresa oferece outras opções. Uma delas é o serviço UberCommute, que permite que motoristas ofereçam caronas para pessoas que vão na mesma direção.

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