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Mark Zuckerberg vai depor no Parlamento Europeu e se encontrar com Macron

Presidente executivo do Facebook terá de prestar esclarecimentos sobre uso indevido de dados pela consultoria Cambridge Analytica; líder francês vai cobrar impostos e campanha contra fake news de executivo

Por Agências
Atualização:
Mark Zuckerberg teve de depor por dez horas em uma sessão aberta do Congresso dos EUA; reunião na UE será a portas fechadas Foto: Reuters

O presidente executivo do Facebook, Mark Zuckerberg, vai comparecer perante membros do Parlamento Europeu para responder perguntas sobre o uso indevido de dados de usuários pela consultoria política Cambridge Analytica, disse o presidente do Parlamento nesta quarta-feira, 16. 

"O fundador e presidente executivo do Facebook aceitou nosso convite e estará em Bruxelas assim que possível, talvez já na próxima semana", disse Antonio Tajani, presidente do Parlamento Europeu, em um comunicado. "Saúdo a decisão de Mark Zuckerberg de comparecer perante representantes de 500 milhões de europeus. É um passo na direção correta rumo a restaurar à confiança da plataforma."

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Zuckerberg vai se reunir com líderes partidários e membros do comitê de liberdades civis, em um encontro a portas fechadas. Um porta-voz do Facebook confirmou a informação. "Apreciamos a oportunidade de diálogo para ouvir suas visões e mostrar os passos que estamos dando para proteger a privacidade das pessoas", disse o comunicado da empresa. 

A decisão por uma reunião a portas fechadas desagradou alguns políticos do Parlamento Europeu. Guy Verhofstadt, líder do grupo liberal, disse que o presidente do Facebook deveria aparecer no Parlamento "sob as mesmas condições que enfrentou no Congresso americano, e não em uma reunião restrita." 

Entenda o caso. A maior rede social do mundo passa por escrutínio em relação à forma como lida com dados pessoais após revelações de que a consultoria britânica Cambridge Analytica, que trabalhou para a campanha de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos em 2016, acessou indevidamente os dados de 87 milhões de usurários.

Em março, o parlamento britânico também solicitou que Zuckerberg respondesse perguntas de legisladores, mas quem compareceu à audiência foi o diretor de tecnologia do Facebook, Mike Schroepfer. Apesar de cinco horas de depoimentos, o Parlamento disse nessa semana que a rede social não foi capaz de prestar todos os esclarecimentos – um pedido para que Zuckerberg deponha pode acontecer em breve. 

Macron. É bastante possível que Zuckerberg deponha em Bruxelas já na semana que vem: isso porque o executivo já tem um encontro marcado com o presidente francês, Emmanuel Macron, em um evento em Paris. 

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Macron confirmou a reunião nessa quarta-feira, 16, dizendo que vai falar sobre os esforços de seu país para se tornar uma potência digital, ao mesmo tempo em que vai requisitar que as gigantes de tecnologia paguem mais impostos e invistam mais seriamente na batalha contra notícias falsas. 

"Serão discussões duras", disse um oficial de Macron à agência de notícias Reuters. Segundo informações do escritório presidencial, Macron e Zuckerberg terão uma reunião individual. 

Além de Zuckerberg, participarão do encontro no Palácio do Eliseu personalidades como a presidente executiva da IBM, Virginia Rometty, o presidente da Intel, Brian Krzanich, e o presidente executivo da Microsoft, Satya Nadella. 

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