Fundador e presidente executivo do WhatsApp, Jan Koum veio a público comentar o bloqueio do aplicativo em sua página no Facebook. “Mais uma vez, milhões de brasileiros inocentes estão sendo punidos porque um tribunal quer informações que o WhatsApp já disse repetidamente que não tem”, disse o executivo, em uma publicação feita na madrugada desta terça-feira, 3.Segundo dados divulgados pelo WhatsApp em dezembro, o Brasil tem 100 milhões de usuários no aplicativo. No mundo, o WhatsApp tem mais de 1 bilhão de usuários.
No texto, Koum reafirmou a importância da criptografia de ponta-a-ponta, tecnologia implementada pela empresa em abril que impossibilita a obtenção das mensagens por qualquer pessoa que não o remetente e o destinatário. “Quando você manda uma mensagem criptografada, ninguém pode lê-la além do seu destinatário. Nem mesmo nós”, escreveu Koum em sua postagem.
O executivo reiterou ainda que o aplicativo continuará lutando para voltar ao ar no País, mas que não cederá à Justiça brasileira. “Enquanto trabalhamos para ter o WhatsApp de volta, não temos nenhuma intenção de comprometer a segurança dos nosso mais de 1 bilhão de usuários em todo o mundo”, explica.
Recurso. O WhatsApp moveu na última segunda-feira um recurso no tribunal de Justiça de Sergipe contra o bloqueio de 72 horas ordenado pelo juiz Marcel Maia Montalvão. O recurso foi negado na manhã desta terça pelo desembargador Cezário Siqueira Neto, da Justiça sergipana. Procurado pelo Estado, a empresa informou que continuará com o recurso.
O serviço de mensagens segue com seu funcionamento suspenso, e se encaminha para ficar 24 horas fora do ar no País – superando o bloqueio realizado em dezembro passado, quando o WhatsApp esteve sem funcionar por 12 horas, quando a Justiça de São Paulo pediu o bloqueio do app.
Diretor global de comunicação do WhatsApp, Matt Steinfeld disse ontem ao Estado que a decisão da Justiça pegou a empresa de surpresa. Steinfeld, que já estava no Brasil para dialogar com oficiais, advogados e promotores e responder suas perguntas, entendendo suas preocupações. "Podemos fazer um trabalho melhor para educar as pessoas a respeito de como o serviço funciona e o que somos capazes de fazer para atender as ordens judiciais", disse o executivo.