O Uber perdeu nesta sexta-feira, 3, uma batalha contra a Prefeitura de Londres: a partir de agora, os motoristas do aplicativo de transportes deverão provar suas habilidades de leitura e escrita em inglês – basicamente, passando pelos mesmos testes que passam os taxistas locais.
A decisão da justiça inglesa pôs fim a uma batalha legal realizada desde agosto de 2016, quando o órgão público Transport for London (TFL, na sigla em inglês, ligado à prefeitura local) disse que os motoristas deveriam provar sua capacidade de se comunicar em inglês, incluindo um padrão de leitura e escrita que o Uber disse ser muito alto.
"O TfL tem o direito de exigir que os condutores de aluguel privado demonstrem conformidade com a língua inglesa", disse o juiz John Mitting ao rejeitar a reivindicação do Uber.
No início desta semana, durante audiências do caso, o Uber disse que o nível de exigência é tão alto que pode significar a perda de licenças para 33 mil motoristas em toda a cidade – cerca de 30% dos 110 mil motoristas que tem na cidade.
Para o Uber, a decisão é injustificada. "Escrever uma redação não tem nada a ver com conversar com passageiros ou fazê-los chegar com segurança do ponto A ao ponto B", disse Tom Elvidge, gerente-geral do Uber em Londres.
A decisão também é uma vitória dos taxistas de Londres, que há anos protestam contra o Uber. Não é a primeira derrota do Uber na cidade: em outubro, um tribunal decidiu que dois motoristas de Londres deveriam receber salário mínimo e férias do aplicativo.
O prefeito de Londres, Sadiq Khan, comentou a decisão da corte. "Desde o meu primeiro dia na Prefeitura, estou determinado a aumentar padrões e melhorar a segurança dos táxis e dos carros privados para passageiros em Londres."