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Peixe Urbano e Groupon Brasil fundem operações no País

Antigas rivais no modelo de compras coletivas, empresas que negociam cupons de desconto se unem; por enquanto, as duas plataformas seguirão funcionando autonomamente

Por Bruno Capelas
Atualização:
Alex Tabor, presidente executivo do Peixe Urbano, seguirá na empresa Foto: Peixe Urbano

Antigas rivais no comércio eletrônico brasileiro, Peixe Urbano e Groupon Brasil anunciam nesta segunda-feira, 27, a fusão de suas operações. As duas empresas, que se tornaram conhecidas no início dos anos 2010 com o modelo de compras coletivas, hoje atuam no segmento de cupons de desconto. O valor da transação não foi revelado pelas empresas. 

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Em comunicado distribuído à imprensa, as empresas avisam que vão unir suas equipes, mas manter ambas as plataformas funcionando. "O objetivo é que, gradualmente, os usuários das duas marcas tenham o mesmo cardápio de ofertas", diz o texto oficial. "É uma soma de fortalezas. Ao fim das contas, quem se beneficia é o usuário", afirma Félix Lulion, presidente executivo do Groupon Brasil. 

As duas empresas também devem compartilhar tecnologias – um exemplo é o sistema Use Agora, presente no aplicativo do Peixe Urbano, que permite que o usuário adquira um cupom de desconto e o utilize na sequência. Segundo o Peixe Urbano, a modalidade corresponde a 90% das ofertas de restaurantes de sua plataforma, e agora estará disponível no Groupon. Hoje, o Peixe Urbano tem cerca de 30 milhões de usuários no Brasil – já o Groupon não revela seu número de usuários no País, mas é utilizado por 52 milhões de pessoas na América Latina. 

A transação foi capitaneada pelo fundo de investimentos Mountain Nazca, que, em fevereiro, adquiriu a operação do Groupon América Latina e, agora, compra o controle acionário do Peixe Urbano, que estava na mão dos chineses do Baidu. 

Para Pedro Guasti, presidente da consultoria especializada em e-commerce eBit, a fusão auxilia as duas companhias a ter melhores margens de lucro. "A médio prazo, deve haver um enxugamento na gestão, em termos de sistemas, tecnologia e pessoas", diz. "Como no comércio eletrônico as margens são pequenas, qualquer economia ajuda as empresas a ter melhores margens de lucro." Já o professor Oscar Malvessi, da FGV-SP, as duas empresas devem seguir com marcas independentes como estratégia de mercado, integrando seus esforços. "É um reposicionamento", diz. 

Trajetória. Fundada em 2010 por Julio Vasconcelos, o Peixe Urbano foi um dos primeiros grandes casos de sucesso de startups brasileiras, disputando mercado na época com o norte-americano Groupon. As duas empresas enfrentaram dilemas parecidos: cresceram rápido demais e tiveram problemas com fornecedores, o que manchou parte de sua reputação perante ao público. 

Para seguir em frente, foi preciso se reinventar. Em 2013, o Peixe se transformou em um site de venda de serviços – sem número mínimo de compradores para ativar uma oferta. 

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O movimento chamou a atenção da chinesa Baidu, que comprou uma fatia majoritária da empresa – o valor da transação não foi divulgado na época. Com dinheiro em caixa, a startup voltou a crescer. Em 2016, registrou o maior faturamento da história, chegando a R$ 1 bilhão, em crescimento de 40% na comparação com o ano anterior. No início do ano, o Peixe Urbano mudou seu escritório para Florianópolis, chegando à marca de 450 funcionários. 

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