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Qualcomm rejeita oferta recorde de US$ 103 bi feita pela Broadcom

Caso negócio fosse aceito, acentuaria cenário de consolidação na indústria de semicondutores

Por Agências
Atualização:
Pioneira no mercado de chips para dispositivos móveis, hoje a Qualcomm é fornecedora de grandes marcas, como Apple, Samsung e LG Foto: Reuters

A fabricante de chips Qualcomm rejeitou, nesta segunda-feira, 13, a oferta de aquisição feita por sua rival Broadcom, no valor de US$ 103 bilhões. Segundo a Qualcomm, a proposta da concorrente "subestimou dramaticamente" o valor da companhia. 

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"Depois de uma grande análise , feita em consulta com nossos conselheiros legais, o Conselho decidiu que a proposta da Broadcom subestima o valor da Qualcomm e traz diversas incertezas regulatórias", disse o presidente do conselho da Qualcomm, Tim Horton, em nota divulgada nesta segunda. 

Na semana passada, a Broadcom fez uma oferta não solicitada pela Qualcomm, com o objetivo de se tornar o principal fornecedor global de chips para smartphones, um mercado de 1,5 bilhão de dispositivos vendidos anualmente. Procurada, a Broadcomm não pode ser encontrada imediatamente para comentar o assunto. 

Caso a negociação fosse aceita, a empresa resultante da fusão entre a Broadcom e a Qualcomm poderia se tornar a terceira maior fabricante de processadores do mundo, atrás apenas da Intel e da Samsung. A operçaão também seria a maior aquisição da história na indústria de tecnologia.

A proposta também era tida como mais um passo na consolidação do mercado de semicondutores. Em julho do ano passado, o grupo japonês SoftBank comprou a projetista britânica de chips ARM, que desenvolveu a arquitetura usada na maior parte dos chips para smartphones, por US$ 32,2 bilhões. 

A Intel adquiriu outra fabricante de chips, a Altera, por US$ 16,7 bilhões e a própria Qualcomm vem tentando adquirir a NXP, que fabrica processadores para automóveis, por US$ 39 bilhões. Toda a movimentação tem a ver com a mudança no mercado de computação, que antes era focado em PCs, agora é móvel e, no futuro, estará cada vez mais amplo com o avanço da "internet das coisas", tendência que vai conectar todos os objetos à nossa volta.

Transição. A proposta da Broadcom acontece no mesmo momento em que a Qualcomm tenta fechar um negócio de US$ 38 bilhões para adquirir a fabricante de chips para automóveis NXP, o que lhe daria boa vantagem no mercado de carros autônomos. Em sua oferta, a Broadcom disse que compraria a Qualcomm independentemente do resultado final da transação com a NXP. 

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Uma pioneira no mercado de chips para dispositivos móveis, hoje a Qualcomm é fornecedora de grandes marcas, como Apple, Samsung e LG, fazendo chips que ajudam os telefones celulares a se conectarem com redes sem fio. "Nenhuma empresa está melhor posicionada na área móvel, Internet das Coisas e no setor automotivo na indústria de semicondutores", disse o presidente da Qualcomm, Steve Mollenkopf. "Temos confiança que vamos continuar criando valor para nossos acionistas."

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