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Reino Unido convoca Mark Zuckerberg a prestar esclarecimentos

Ao mesmo tempo, nos EUA, FTC indicou que vai abrir investigação sobre a empresa; maior pressão derruba ações da rede social

Por Redação Link
Atualização:
Sob pressão. Zuckerberg está enfrentando pressão de órgãos reguladores em todo o mundo Foto: EFE

O presidente do Facebook, Mark Zuckerberg, foi convocado para se apresentar a um comitê no Parlamento britânico para explicar como os dados pessoais dos usuários estão sendo usados por terceiros, dias após as revelações de que a empresa Cambridge Analytica usou de forma ilícita dados dos usuários da rede social. A empresa precisa dar uma resposta ao pedido feito pela comissão, por meio de carta, até 26 de março.

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"As respostas de seus representantes tem menosprezado o risco consistentemente e tem enganado o comitê", afirmou Damian Collins, presidente do comitê responsável por regular as áreas digital, cultura, mídia e esportes. "Agora, é hora de ouvir um executivo sênior do Facebook com autoridade suficiente para dar uma explicação correta sobre essa falha catastrófica (...) Dado o seu comprometimento no início do ano de consertar o Facebook, eu espero que esse representante seja você."

A pressão sobre Zuckerberg vem aumentando nos últimos dias conforme mais informações sobre o caso de uso ilícito de dados pessoais de usuários vêm a tona. A fortuna do executivo apresentou queda de US$ 5 bilhões em apenas 24 horas, de acordo com a revista americana Forbes. A queda é explicada pelas ações da rede social, que estão apresentando forte queda desde segunda-feira, 19.

A Comissão de Informação do Reino Unido (OIC, na sigla em inglês) também anunciou que irá examinar os serviços internos da empresa de análise de dados Cambridge Analytica, acusada de usar dados de 50 milhões de usuários do Facebook na campanha presidencial de Donald Trump.

O Facebook chegou a contratar membros de uma empresa chamada Stroz Friedberg para realizar sua própria auditoria independente da Cambridge Analytica, mas a Stroz Friedberg desistiu do trabalho quando as autoridades do Reino Unido solicitaram que esperassem até o fim da investigação criminal da OIC.

Pressão. Enquanto isso, o órgão responsável por fiscalizar as empresas nos Estados Unidos, a Federal Trade Commission (FTC), anunciou que está investigando se o Facebook quebrou compromisso em que a rede social se comprometia a pedir o consentimento dos usuários se alterasse a forma de compartilhamento de dados com terceiros.

Em 2011, o Facebook assinou um decreto que se comprometia a pedir o consentimento de usuários para determinadas mudanças de uso de dados e configurações de privacidade da rede social. O termo foi criado após a FTC ter percebido que a empresa enganou usuários fazendo-os compartilhar mais informações pessoais do que pretendiam.

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Caso a violação seja confirmada pelo órgão, a empresa poderá ter de pagar uma multa milionária por dia por violação, informou a agência de notícias Bloomberg. A rede social e a FTC não quiseram comentar. Na manhã desta terça-feira, 20, as ações do Facebook mantiveram o ritmo negativo do dia anterior, com uma queda de 2,8% às 11h45 (horário de Brasília) da manhã desta terça-feira, 20.

Reflexo.O Congresso norte-americano também se manifestou. Na noite de ontem, o Comitê de Comércio do Senado anunciou que solicitou que o presidente da empresa, Mark Zuckerberg, dê informações sobre “o uso e o compartilhamento de dados de usuários individuais do Facebook”.

Os legisladores republicanos, que normalmente são contrários à regulamentação de empresas privadas, começaram a dar declarações negativas para a empresa desde o fim de semana. O senador Jeff Flake do Arizona chamou as violações da privacidade de "significativas" e o senador Marco Rubio da Flórida disse que ele estava "perturbado" devido as coisas feitas pela empresa.

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