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Sem taxas, Neon quer dar nova 'cara' a bancos

Após joint venture com instituição financeira, fintech atrai 20 mil clientes em três semanas

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Por Matheus Mans
Atualização:
  Foto: JFDIORIO | ESTADÃO CONTEÚDO

O empreendedor Pedro Conrade fala dos números de sua nova startup num escritório lotado de caixas de papelão lacradas e com cheiro de tinta fresca. As luzes néon recém-instaladas próximas às amplas janelas do edifício lembram o glamour da localização da sede, que fica na Rua Oscar Freire, um dos endereços com maior concentração de grifes na cidade de São Paulo.

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“Tá ficando bonito, né?”, pergunta o jovem de 24 anos, com um largo sorriso no rosto.

Apesar de jovem, Conrade já fez certa fama no mercado financeiro. Há um ano, ele chamava a atenção ao lançar a Controly, uma startup que oferecia um cartão pré-pago associado a uma conta com gestão por meio de um aplicativo. O serviço, apesar de original, não era o objetivo final de Conrade. “Desde o começo, eu queria criar um banco digital”, conta.

Há duas semanas, ele começa a ver seu sonho sair do papel. Poucos meses depois de começar a conversar com bancos menores, ele firmou uma joint venture com o banco Pottencial. Com isso, encerrou a Controly e lançou o Neon, um banco digital que tenta romper com o modelo de conta-corrente tradicional.

“Só é preciso um smartphone para ter uma conta e controlar as suas finanças”, diz o fundador da startup, enquanto mostra as funcionalidades do app em seu smartphone. A primeira diferença está na abertura da conta: o cliente só precisa dar alguns toques na tela do celular, digitalizar uns poucos documentos com a câmera do aparelho e esperar a conta ser aprovada.

Após abrir a sua conta-corrente no Neon, a pessoa pode fazer qualquer operação financeira no aplicativo, como checar o saldo da conta, transferir valores – inclusive para a lista de contatos do Facebook – e acompanhar um gráfico de gastos com o cartão de débito. “O aplicativo do Neon é uma mistura de banco com serviço de controle financeiro”, explica Conrade.

Os clientes do Neon só poderão usar cartão de crédito daqui a algum tempo, quando o banco estiver consolidado e com uma maior estrutura.

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Sem taxas. Além das funções diferenciadas, o modelo de negócio da empresa prevê a cobrança de taxas em valores mais baixos que os praticados pelos bancos. Para realizar TED e saque, o cliente pagará uma taxa a partir da segunda vez que usar os serviços. Para a transferência, o Neon cobra R$ 3,50 – os bancos geralmente cobram R$ 8; para o saque, que é feito em caixas eletrônicos da rede 24 Horas, o custo é de R$ 6,90 – em bancos tradicionais ele não é cobrado. “O saque é mais caro por não termos agências”, explica o empreendedor.

Outras taxas, porém, foram extintas. O cliente não paga taxa de manutenção de conta, nem anuidades.

Com três semanas de funcionamento, mais de 20 mil pessoas abriram contas no Neon. A fintech planeja chegar a mais de 100 mil clientes até o final do ano, além de atender também empresas.

Ao ser questionado sobre a concorrência das grandes instituições financeiras, Pedro não hesita em responder. Para ele, todos os bancos do mercado são iguais. “Não tem nada de diferente no mercado hoje em dia”, afirma Conrade. “Só muda a cor e o nome. Eu quero mudar o que as pessoas pensam ao falar de bancos.” 

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