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Será que sua vida digital está preparada para a morte?

Serviços online e redes sociais têm regras específicas para casos de falecimento; saiba como proceder

Por Tim Herrera
Atualização:
Herdeiro.Facebook deixa usuário assumir conta de falecido 

Um dia você já parou para pensar sobre o que vai acontecer com seu dinheiro, suas posses e sua casa quando morrer. Mas e quanto à sua conta no Facebook? E seus arquivos guardados em backup num disco rígido ou na nuvem? 

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Nas últimas duas décadas, a maioria das pessoas vem gradativamente substituindo seu espaço vital para o mundo online. São vinte anos de documentação de nossas experiências na vida real, ao mesmo tempo em que criamos novas versões de nós mesmos em contas espalhadas pela internet. 

Essas vidas digitais são basicamente imortais, de modo que você precisa imaginar ainda em vida o que vai acontecer com elas depois que você morrer. Há duas coisas importantes a serem consideradas: o que vai acontecer com suas contas e os dados contidos nelas. Por exemplo, você pode dar a alguém poderes para deletar sua conta no Google e baixar todas as suas fotos armazenadas ali após sua morte. 

É uma ideia lúgubre, mas é outro preparativo importante, da mesma forma que fazer um testamento. Muitos serviços online, porém, já podem te ajudar nesse sentido, como o Facebook e o Google. Infelizmente, eles ainda são minoria – nesse caso, melhor estabelecer um plano agora, junto com alguém de sua confiança. 

Redes sociais. No caso do Facebook, é possível designar uma pessoa para cuidar de seu perfil, escrevendo postagens especiais, atualizar a foto do perfil e até responder questões de amigos. Também é possível pedir um relatório de sua atividade (incluindo publicações, fotos e curtidas), mas seu “herdeiro” não poderá ler suas mensagens. Também é possível pedir que a conta seja inteiramente apagada no momento em que a empresa for notificada da sua morte. 

Apesar de pertencer à mesma empresa que o Facebook, o Instagram tem possibilidades mais restritas: é apenas possível transformar a conta em um memorial, sem espaço para novas postagens, ou deletá-la. 

O Twitter, por sua vez, não permite que um contato assuma a conta de um usuário, mas deixa que um “membro da família do morto” delete sua conta caso um atestado de óbito seja apresentado. Com auxílio de uma procuração, o mesmo vale para um usuário que ficar incapacitado. Além disso, em casos específicos, a empresa vai analisar a remoção de imagens de uma pessoa que faleceu, com base em “fatores de interesse público, como a relevância do conteúdo”. 

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LinkedIn, Snapchat e Tumblr, por sua vez, não oferecem nenhum tipo de planejamento para o caso de morte, mas permitem que a conta de um usuário falecido seja deletada – no caso do Snapchat, é preciso mostrar um atestado de óbito. 

Google. Com serviços como e-mail, YouTube, armazenamento de fotos e de documentos online, o Google tem um sistema de planejamento bem amplo: até dez pessoas podem ser escolhidas para cuidar da conta de um usuário morto. 

A empresa, no entanto, recomenda que o usuário que queira fazer um planejamento digital faça isso com calma, uma vez que os administradores poderão ter pleno acesso á conta do falecido no Google, incluindo e-mails e mensagens de bate-papo. Além disso, é possível deletar a conta. 

Na nuvem. O armazenamento de dados online é uma parte especialmente complicada do planejamento. Ao insistir em criar serviços privados e seguros, com alto nível de criptografia, o setor gerou problemas. 

“Existe um aspecto da privacidade e segurança que de alguma forma entra em conflito com o planejamento da morte”, disse Ahin Thomas, vice-presidente de marketing da Backblaze, serviço de backup online. 

Num caso recente uma viúva contatou a empresa para acessar os backups do marido que faleceu. Mas os dados estavam inacessíveis porque foram criptografados.

Então, o que fazer? O melhor, segundo Thomas, é dar as senhas para seus dados a alguém que você confie. (Alguns serviços de backup têm protocolos para isto. Cheque os que você usa).

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