Spotify e Universal fecham acordo para ter álbuns exclusivos para assinantes

Quem pagar pelo serviço de streaming poderá ouvir discos inteiros de artistas da gravadora primeiro; usuários não pagantes terão de esperar duas semanas para ouvir discos

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Por Redação Link
Atualização:
Spotify, criado por Daniel Ek, tem 50 milhões de assinantes no mundo Foto: Reuters

O Spotify e a gravadora Universal assinaram nesta terça-feira, 4, um acordo que pode mudar o mundo dos serviços de streaming de música. Sob o novo contrato, somente os 50 milhões de assinantes do Spotify poderão ouvir novos álbuns da gravadora em sua data de lançamento – usuários não pagantes e assinantes de outros serviços terão acesso a esses discos apenas duas semanas depois de sua chegada ao serviço. 

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Segundo os termos do acordo, negociado há meses, os usuários não pagantes, que ouvem anúncios entre as músicas, terão acesso apenas aos singles desses discos. Em troca, o Spotify poderá pagar ganhar termos melhores nas negociações com a gravadora, de acordo com as métricas de seus assinantes. É o tipo de acordo que pode ajustar as contas da empresa sueca, que se prepara há tempos para abrir seu capital na bolsa de valores. 

"A partir de hoje, artistas da Universal podem escolher se querem lançar novos álbuns para assinantes por duas semanas, oferecendo a eles uma chance de explorar seu trabalho criativo completo", explicou Daniel Ek, presidente executivo do Spotify, em um comunicado à imprensa". "Os singles vão continuar disponíveis no Spotify para todos os usuários."

Hoje, a Universal controla as obras de artistas como Caetano Veloso, Demi Lovato, Ivete Sangalo, Justin Bieber, Katy Perry, Maroon 5 e Rihanna. 

É uma estratégia significativa para a indústria de música, que tem tentado fazer os usuários pagarem por seu conteúdo após mais de uma década dominada pelo compartilhamento de arquivos pela internet. Nos últimos tempos, o streaming se tornou a principal fonte de receita da indústria fonográfica nos EUA – impulsionada por assinaturas entre US$ 5 e US$ 10 pagas mensalmente. 

Pouco dessa receita, porém, vem de usuários que ouvem a anúncios entre as canções e não pagam pelos serviços. Ao fechar um acordo desses, que restringe a oferta de músicas aos usuários não-pagantes, a Universal espera que mais pessoas contratem assinaturas de serviços de streaming de música. 

Segundo o site norte-americano Recode, especializado em tecnologia, a Sony Music e a Warner também estão negociando com o Spotify por acordos parecidos. 

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