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Tráfego de dados no Brasil deve crescer quase três vezes até 2020

Segundo estudo da Cisco, vídeos vão representar 85% dos tráfego de dados no País em cinco anos

Por Thiago Sawada
Atualização:
  Foto: Reuters

O tráfego de dados pela internet no Brasil deve crescer quase três vezes de 2015 até 2020, quando pode superar a marca de 4,4 exabytes por mês. O número equivale a 2,6 vezes o registrado no ano passado, quando o total chegou a 1,7 exabyte – cada exabyte corresponde a 1 bilhão de gigabytes, o mesmo que 7 trilhões de vídeos do YouTube. A estimativa é da fabricante de equipamentos de infraestrutura de rede Cisco, que divulgou nesta terça-feira, 7, o estudo anual Visual Networking Index, que traz previsões para o futuro da rede no Brasil e no mundo.

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O estudo leva em conta o crescimento da quantidade de usuários, de dispositivos conectados, da velocidade média da rede e do consumo de conteúdos em vídeo. No Brasil, a projeção é de que os vídeos devem representar 85% dos tráfego de dados daqui a cinco anos. Segundo a Cisco, essa taxa é superior à projetada como média mundial para o mesmo período, que é de 82%. Em 2015, os vídeos correspondiam a 67% do tráfego na rede.

De acordo com o estudo, haverá mais de 1 bilhão de novos usuários de internet em 2020. O número deve passar de 3 bilhões, em 2015, para 4,1 bilhões, em 2020. Com a adoção de dispositivos móveis e o aumento de objetos conectados o impacto deve ser ainda maior, já que cada pessoa tem mais de um dispositivo. Nos próximos cinco anos, as redes globais irão suportar até 10 bilhões de novos dispositivos conectados, passando de 16,3 bilhões em 2015 para 26,3 bilhões em 2020.

Franquia. O aumento do consumo de dados, principalmente por serviços de streaming de vídeo, tem levado operadoras de telecomunicações a pressionar o governo para permitir a criação de planos de internet fixa com limite de dados. O fenômeno não é exclusivo do Brasil. Para a Cisco, as operadoras estão definindo limites como uma forma de se preparar para a explosão do tráfego de dados dos próximos anos. “Operadoras de outros países estão revendo o limite para cima de modo a acomodar a tendência de aumento do tráfego”, diz o diretor de relações governamentais da Cisco, Giuseppe Marrara.

O aumento do consumo de vídeo é o principal vilão na polêmica das franquias. Em 2015, cerca de metade dos vídeos consumidos globalmente pela internet tinha resolução HD. Em 2020, esta fatia vai saltar para 63% no mundo e 57% no Brasil. Para se ter uma ideia, segundo a Cisco, uma sessão padrão de video consome 2 megabits por segundo, enquanto em HD esse valor aumenta para 7 megabits por segundo.

“O que deveria ser feito no Brasil é um estudo técnico para entender quanto cada parcela da pirâmide social consome de dados. A gente não pode correr o risco de o usuário que está entrando na internet agora acabe pagando um valor desproporcionalmente alto”, diz Marrara.

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