
O Uber divulgou nesta terça-feira, 6, em carta a seus empregados, que demitiu mais de 20 funcionários depois de uma investigação feita pela empresa após denúncias de assédio dentro do ambiente de trabalho. A informação foi dada pela agência de notícia Bloomberg nesta tarde, citando fontes familiarizadas com o assunto.
De acordo com o texto da agência, 215 reclamações de assédio – incluindo denúncias de assédio sexual – foram feitas à diretoria do Uber nos últimos meses. Cem delas não foram levadas adiante, após investigação da consultoria Perkins Cole. Segundo a fonte, o Uber não forneceu aos funcionários o nome dos mais de 20 empregados que foram demitidos.
Além da investigação que está sendo feita pela consultoria Perkins Cole, outro levantamento de problemas no ambiente de trabalho do Uber está sendo liderada pelo ex-advogado geral dos Estados Unidos, Eric Holder. Os dados da investigação de Holder e seu escritório de advocacia, Covington & Burling, já foram divulgados ao conselho de diretores do Uber, mas seus resultados ainda não se transformaram em ações efetivas. Ainda não se sabe quando as ações tomadas pelo Uber a partir da segunda investigação se tornarão públicas.
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Entenda o caso. A investigação sobre assédio sexual dentro dos escritórios do Uber começou em fevereiro, depois que uma ex-funcionária, Susan Fowler, alegou que seu gerente usou o software de bate-papo da empresa para tentar "fazer com que fizesse sexo com ele". Como prova, ela ainda fez imagens da tela com as mensagens.
As acusações de Fowler, que trabalhou como engenheira no Uber entre novembro de 2015 e dezembro de 2016, foram publicadas em um blog pessoal no dia 19 de fevereiro. Além de descrever o assédio, a ex-funcionária disse que quando relatou a ofensa para funcionários de recursos humanos e de gestão, eles se recusaram a punir o agressor porque ele tinha "um alto desempenho".
"Eles não se sentiriam confortáveis punindo-o pelo que provavelmente foi apenas um erro inocente de sua parte", escreveu Fowler, em seu blog. Em resposta, Travis Kalanick, presidente executivo do Uber disse que o caso era "abominável e contra tudo o que o Uber defende e acredita". Na época, Kalanick pediu a abertura da investigação.
Além disso, também em fevereiro, o Uber demitiu seu vice-presidente de engenharia, Amit Singhal. Ex-chefe de buscas do Google, Singhal foi despedido depois que o site norte-americano Recode revelou que o engenheiro deixou o Google após ser acusado de assédio sexual. De acordo com o Recode, o Uber não sabia das acusações contra Singhal quando o executivo foi contratado, em janeiro, apesar de ter feito uma investigação minuciosa sobre seu passado profissional.