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Uber diz ter 5 vezes mais downloads em SP em dia de protesto de taxistas

Motoristas de táxi acusam app de promover concorrência desleal e organizaram manifestações contra a plataforma por todo o País, empresa rebate e diz que ser um negócio da área de tecnologia e não uma empresa de táxis

Por Agências
Atualização:
 

SÃO PAULO – O aplicativo Uber nunca foi referência de sutileza em sua abordagem com os críticos e a concorrência. Não foi diferente aqui no Brasil. Após um protesto nacional organizado na manhã desta quarta-feira, 8, pela Associação Brasileira das Associações e Cooperativas de Táxi (Abracomtaxi), o Uber afirma que seu app teve cinco vezes mais downloads em São Paulo do que a média.

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Dados sobre performance de downloads do aplicativo nas outras cidades do país onde houve protestos de taxistas ainda não tinham sido computados.

O Uber é um aplicativo norte-americano que conecta motoristas com passageiros. O motivo da bronca dos taxistas do País e do mundo todo é o fato do Uber permitir que qualquer motorista que atenda aos requisitos da empresa possa trabalhar com o app, sem precisar adquirir licenças caríssimas, como acontece com os taxistas.

Enquanto gera a ira dos profissionais, se tornou a nova empresa de tecnologia favorita dos investidores. Atualmente, o Uber é a startup de tecnologia mais valiosa do mundo, com valor de mercado estimado em US$ 40 bilhões.

Os protestos realizados pelos taxistas brasileiros em São Paulo, Curitiba, Rio de Janeiro e Belo Horizonte pedindo o banimento do aplicativo tiveram ampla adesão. Em São Paulo, foram 5 mil taxistas reunidos nos arredores do Estádio do Pacaembu. Eles alegam que o serviço promove o transporte ilegal de usuários e afirmam que os motoristas cadastrados pelo Uber não têm licença de taxistas.

A companhia norte-americana também está enfrentando investigação do Ministério Público Federal (MPF), que já questionou a Prefeitura de São Paulo sobre a legalidade do serviço, segundo Ivana Crivelli, advogada da Associação Boa Vista de Taxistas, que entrou com a reclamação no MPF. A empresa disse que não iria comentar a investigação.

O Uber não revela o números de usuários no Brasil ou na cidade de São Paulo, mas a associação de taxistas estima que o aplicativo tenha 1,2 mil usuários cadastrados na capital paulista, número não confirmado pela empresa.

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Em nota com comentários sobre os protestos, a Uber no Brasil disse acreditar que “os brasileiros devem ter assegurado seu direito de escolha para se movimentar pelas cidades”.

“A Uber ressalta ainda que não é uma empresa de táxi, muito menos fornece este tipo de serviço, mas sim uma empresa de tecnologia que criou uma plataforma tecnológica que conecta motoristas parceiros particulares a usuários que buscam viagens seguras e eficientes”, disse a companhia.

Em seu site, o Uber diz não ser um serviço ilegal. “Trazemos um modelo disruptivo e inovador para o mercado. Por isso, ainda não existe uma regulação específica para esta indústria chamada de ‘economia colaborativa’”, disse.

Em redes sociais como Twitter, usuários brasileiros defenderam o Uber após notícias sobre as manifestações de taxistas. Alguns disseram que até então não conheciam o aplicativo, mas que fariam o download após os protestos desta quarta-feira.

Briga Mundial 

As batalhas regulatórias com autoridades locais têm se tornado frequentes para o Uber, que está presente em 295 cidades de 55 países e é a empresa iniciante de tecnologia mais valiosa do mundo.

O Uber entrou com queixas em Bruxelas contra a Espanha e a Alemanha por terem proibido seus serviços, intensificando a batalha da companhia norte-americana em disputas jurídicas pela Europa.

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Nos Estados Unidos, a empresa pediu esta semana para um tribunal do país arquivar um processo aberto por uma suposta vítima de estupro na capital indiana Nova Délhi, afirmando que a companhia não poderia ser considerada responsável pelos atos do motorista. Na segunda feira, acusações contra um motorista do serviço na cidade norte-americana de Chicago acusado de estupro no ano passado foram derrubadas.

Para o diretor do Instituto de Tecnologia e Sociedade do Rio de Janeiro, Ronaldo Lemos, houve casos de cidades que inicialmente proibiram o Uber, mas que posteriormente regularizaram a situação do aplicativo após pressão dos usuários.

“No Brasil, vai ser uma batalha imprevisível. Será interessante para saber em que medida o país tem um ambiente de negócios aberto à inovação”, declarou, completando que iniciativas como a do Uber contribuem para melhorar a situação da mobilidade urbana nas grandes cidades.

/ REUTERS

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