Uber fecha acordo e pode receber até US$ 10 bi em aporte da SoftBank

Conselho de administração da empresa de transportes concordou em receber investimentos da gigante japonesa; valor será dividido entre o Uber e acionistas já existentes

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Por Redação Link
Atualização:
Em Israel, Uber tem apenas serviço em fase de testes Foto: Reuters

O conselho de administração do Uber aprovou ontem um acordo que pode permitir um investimento de até US$ 10 bilhões na empresa de transportes, liderado pela gigante japonesa de tecnologia SoftBank. Além disso, o acordo pode resolver uma batalha legal entre o ex-presidente executivo e cofundador do Uber, Travis Kalanick, e a Benchmark Capital, um dos primeiros fundos a investir na empresa. 

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De acordo com a agência de notícias Bloomberg, o aporte feito pela SoftBank deve incluir um investimento direto na empresa, avaliado em US$ 1 bilhão, bem como a compra de ações de investidores já existentes. Segundo fontes próximas às negociações, que devem ser anunciadas no início desta semana, a SoftBank deve ficar com uma fatia de 14% a 17% da empresa responsável pelo aplicativo de carona paga. 

O acordo pode mudar de forma drástica o mercado de aplicativos de carona paga no mundo todo: hoje, a SoftBank tem participações em rivais do Uber pelo globo, como a chinesa Didi e a brasileira 99, bem como na indiana Ola e na asiática Grab. O investimento da SoftBank no Uber pode dar início à criação de um monopólio neste mercado, o que seria ruim para os consumidores. 

Saída. O processo de aquisições de ações pela SoftBank deve durar cerca de um mês. Nele, um preço será definido pelos papeis do Uber, e investidores já existentes que desejarem sair da empresa poderão negociar suas participações. Caso a negociação não atinja 14% das ações do Uber, porém, a SoftBank pode desistir do negócio. 

O principal grupo de investidores que pode deixar o Uber é a Benchmark Capital, um dos primeiros grandes grupos de investimento a apostar no aplicativo de carona paga. Hoje, a Benchmark tem uma ação aberta na Justiça norte-americana contra Travis Kalanick, alegando que o ex-presidente do Uber agiu de forma fraudulenta quando esteve à frente da empresa, entre 2010 e junho de 2017. 

Segundo a Benchmark, Kalanick agiu de má fé nos diversos escândalos que levaram à saída do executivo, entre denúncias de assédio sexual dentro da empresa e programas secretos usados pelo Uber para espionar autoridades e motoristas de aplicativos rivais. 

Neste domingo, a Benchmark e Kalanick concordaram em encerrar o caso judicial, a fim de reduzir os obstáculos para o aporte do grupo japonês. Em troca, Kalanick terá de obter aprovação do conselho para indicar os ocupantes dos dois assentos extra a que tem direito na empresa, e que conquistou após uma negociação com a Benchmark no ano passado. 

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Além disso, outro ponto importante do acordo é a promessa que, com o aporte da SoftBank, o Uber precisa abrir seu capital na bolsa de valores até o final de 2019. Com o investimento, o grupo japonês liderado por Masayoshi Son também deverá ter duas cadeiras no conselho de administração do Uber. 

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