Uber usou programa secreto para atacar rival Lyft, diz site

Programa conseguia rastrear motoristas que prestavam serviços para dois aplicativos e forçar corridas para parceiros no Uber, afetando o rival

PUBLICIDADE

Por Redação Link
Atualização:
O Lyft é um dos principais rivais do Uber nos Estados Unidos Foto: Reuters

O Uber usou um programa secreto – chamado "Hell" (inferno, em inglês) – para espionar um de seus principais rivais no mercado norte-americano, o aplicativo de transportes Lyft. 

PUBLICIDADE

Segundo reportagem do site norte-americano The Information, o sistema foi utilizado entre 2014 e 2016 para descobrir motoristas que prestavam serviços para os dois aplicativos e direcionar corridas para eles, afetando diretamente a competição com o rival. 

O programa secreto do Uber usava uma falha no aplicativo do Lyft, permitindo ao Uber conhecer as identidades dos motoristas quando um usuário pedia uma corrida no Lyft. Com coleta de dados por longos períodos, o Uber era capaz de construir perfis dos motoristas do Lyft, e cruzar tais dados com os de seus motoristas. 

Com isso, o Uber conseguia direcionar mais corridas para os parceiros que estavam divididos entre os dois aplicativos, incentivando os motoristas a deixarem o Lyft de lado. 

De acordo com o The Information, o Hell era um programa secreto e poucos funcionários sabiam de funcionamento – até mesmo gerentes de cidades não eram informados sobre como os dados de motoristas do Lyft eram obtidos. Segundo o site, o programa foi encerrado em 2016, depois que o Uber conseguiu vantagens competitivas o suficiente contra o Lyft no mercado norte-americano. 

Polêmica. É mais um episódio controverso na maré de incidentes que o Uber se envolveu nos últimos meses. Nesta semana, a empresa viu sua diretora de comunicação, Rachel Whetstone, deixar a empresa. No total, cinco executivos deixaram a empresa desde dezembro de 2016, quando a empresa passou a enfrentar uma crise de imagem.

A companhia de caronas pagas está enfrentando um momento difícil após vários escândalos nos últimos meses. Em fevereiro, uma engenheira do Uber denunciou um caso de assédio sexual sofrido dentro do ambiente de trabalho. Após a denúncia, o Uber começou uma investigação interna para investigar casos de assédio.

Publicidade

Em dezembro de 2016, a empresa também sofreu um boicote de consumidores norte-americanos após Travis Kalanick, presidente executivo do Uber, ter aceitado integrar a equipe de conselheiros econômicos do governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Após perder 200 mil usuários em poucos dias, Kalanick deixou a posição no governo.

Tudo Sobre
Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.