Vivo aposta em e-commerce e vai vender produtos 'conectados'

Em parceria com a Vtex e de olho em diversificação de receita, operadora coloca no ar marketplace de eletrônicos e eletrodomésticos; meta é atingir 80 milhões de clientes

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Por Bruno Capelas
Atualização:
Henrique Duda, da Vivo: ideia é aproximar relação com consumidores Foto: Vivo

A operadora Vivo, do grupo espanhol Telefonica, está lançando uma nova frente de negócios nesta quinta-feira, 23: uma plataforma de comércio eletrônico para vender não só smartphones, mas também eletrônicos, eletrodomésticos e outros tipos de produtos conectados. Chamada de Loja Vivo, a nova área da empresa será um marketplace, permitindo que lojistas terceiros vendam itens dentro do site da companhia. 

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“O consumidor vai poder comprar uma geladeira, uma TV ou um notebook com a gente”, explica Henrique Duda, diretor de canais digitais da operadora, em entrevista exclusiva ao Estadão. “Nossa ideia é aproximar nossa relação com os consumidores. Hoje, temos 80 milhões de clientes, mas muitos deles assinam os planos e nós não tínhamos muito mais o que oferecer para eles. Agora será diferente”.

Segundo o executivo, a Loja Vivo estará disponível para todos os brasileiros, mas clientes da marca e participantes do programa de fidelidade Vivo Valoriza poderão ter acesso a benefícios como frete grátis e descontos em alguns períodos específicos. “Vamos trabalhar com um calendário promocional”, diz Duda. A plataforma vai ao ar nesta semana e já tem produtos de marcas como Samsung, Sony, Electrolux, LG, Xiaomi e Oster. 

A infraestrutura fica por conta da startup Vtex, enquanto outra startup, a Tatix, vai cuidar da curadoria de parceiros e itens disponíveis na loja. Os pagamentos poderão ser realizados com cartão de crédito ou débito e boleto – há ainda opção para usar até dois cartões numa mesma compra. 

Site terá eletrônicos e eletrodomésticos; ao todo, Loja Vivo vai reunir quatro das cinco principais categorias do e-commerce no País Foto: Vivo

“Nossa intenção não é concorrer com o varejo. Não queremos ter milhões de itens, mas sim ter uma gama de produtos selecionados para os nossos clientes”, diz o executivo. “Quem hoje tem um plano de internet de fibra óptica e assina a Netflix precisa de uma boa televisão. Vamos ajudar nisso.” Ele confirma ainda que a ideia da Loja Vivo é ajudar a operadora a diversificar suas receitas, indo além da prestação de serviços de telecomunicações – isto é, planos de banda larga e telefonia. 

Tendência

Ao lançar sua loja online, a Vivo também busca entrar com mais força em uma tendência dos últimos meses no Brasil: o crescimento do comércio eletrônico. Segundo dados da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm), o faturamento do e-commerce brasileiro subiu 56,8% entre janeiro e maio de 2020, na comparação com o mesmo período do ano passado. 

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Com a criação da Loja Vivo, a operadora também passa a atuar em alguns dos principais segmentos do e-commerce brasileiro. Antes, estava apenas no primeiro, telefonia, segundo a pesquisa da ABComm. 

Agora, estará presente em mais três categorias entre as cinco maiores (eletrônicos, eletrodomésticos e informática), ficando de fora apenas de moda e acessórios. “Nossa ideia não é entrar em roupas, nem beleza ou outros itens. Não é um plano nem a longo prazo”, garante Duda. 

Segundo o executivo, o projeto da Loja Vivo levou oito meses para ser executado e foi acelerado durante o período de quarentena. “Vimos novos consumidores entrarem no e-commerce e no mundo digital como um todo. Há uma oportunidade nesse momento, mas foi um desafio construir essa solução nesse período”, afirma Duda. Ao todo, 80 pessoas foram envolvidas no lançamento. 

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