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WeWork adia IPO após resposta fria de investidores

A empresa enfrenta preocupações com seus padrões de governança corporativa, bem como com a sustentabilidade de seu modelo de negócio

Por Agências
Atualização:
A expectativa era de que o IPO da WeWork acontecesse este mês Foto: Bobby Yip/Reuters

A We Company, dona da WeWork, adiou sua oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) após uma fraca resposta dos investidores aos seus planos – a expectativa era de que o IPO acontecesse este mês. A startup norte-americana de escritórios compartilhados estava se preparando para um roadshow de investidores para sua abertura de capital nesta semana antes de tomar a decisão de última hora de desistir, disseram fontes familiarizadas com o assunto à agência de notícias Reuters

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A empresa está sob pressão para prosseguir com a listagem de ações para garantir financiamento para suas operações. No período que antecedeu o lançamento de seu IPO, a We Company enfrentou preocupações com seus padrões de governança corporativa, bem como com a sustentabilidade de seu modelo de negócio, que se baseia em uma mistura de passivos de longo prazo e receita de curto prazo. 

A Reuters informou na semana passada que a We Company poderia buscar uma avaliação em seu IPO entre US$ 10 bilhões e US$ 12 bilhões, um desconto relevante em comparação com a avaliação de US$ 47 bilhões alcançada em janeiro.

Se a We Company tivesse seguido com o IPO com uma avaliação tão baixa, isso representaria uma grande virada no crescimento do setor de capital de risco, que na última década levou ao surgimento de startups como Uber e Airbnb. Nesse cenário, a We Company seria avaliada abaixo dos US$ 12,8 bilhões em aportes que foram levantados desde que foi fundada em 2010, segundo a plataforma de dados Crunchbase. Um IPO nessas condições seria um golpe para o seu maior patrocinador, o japonês SoftBank, em um momento em que o grupo está tentando reunir  US$ 108 bilhões com investidores para o seu segundo Vision Fund.

O SoftBank pensou em apoiar o IPO comprando ações entre US$ 750 milhões e US$ 1 bilhão, disseram as fontes. No entanto, a We Company decidiu nesta segunda-feira, 16,  que, mesmo com o apoio do SoftBank, o IPO levantaria pouco mais de US$ 2 bilhões, abaixo da meta de pelo menos US$ 3 bilhões.

Essa meta está vinculada a uma linha de crédito de US$ 6 bilhões que a We Company garantiu aos bancos no mês passado, que exige que faça uma abertura de capital até o final do ano e que levante pelo menos US$ 3 bilhões, disse uma das fontes. Se a empresa sediada em Nova York não cumprir essa meta até o final do ano, precisará garantir financiamento alternativo.

O possível atraso do IPO foi revelado inicialmente pelo Wall Street Journal. A última vez que o SoftBank investiu na We Company foi em janeiro, avaliando a empresa em US$ 47 bilhões ao injetar US$ 2 bilhões. 

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“A We Company está ansiosa pelo IPO, que esperamos concluir até o final do ano. Queremos agradecer a todos os nossos funcionários, membros e parceiros por seu compromisso contínuo”, disse a empresa em um comunicado curto. 

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