WhatsApp deixa de cobrar assinatura anual de US$ 1

Aplicativo de mensagens instantâneas – com quase 1 bi de usuários – vai começar a testar nova modalidade paga do serviço para empresas

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Por Bruno Capelas
Atualização:

EFE

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O WhatsApp, aplicativo de mensagens instantâneas mais popular do mundo, anunciou que vai abandonar a cobrança de uma assinatura anual no valor de US$ 1 após o primeiro ano de uso. “O WhatsApp será gratuito aos usuários. Não vamos cobrar mais US$ 1 por ano”, disse o fundador e presidente-executivo do WhatsApp, Jan Koum, durante uma conferência realizada ontem em Munique, na Alemanha. A mudança começa a valer nas próximas semanas.

Em seu blog oficial, a empresa afirmou que o modelo de assinatura do serviço “não funcionou bem” conforme o número de usuários do serviço aumentou. Atualmente, o WhatsApp possui quase 1 bilhão de usuários ativos por mês em todo o mundo – 100 milhões deles no Brasil. “Muitos usuários não têm um cartão de débito ou crédito e ficam preocupados em perder a conexão com seus amigos e família após o primeiro ano”, escreveu a empresa.

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Para José Calazans, consultor de mídia da Nielsen, o WhatsApp enfrentou o problema de ser uma empresa global ao cobrar a assinatura. “Em cada país que o WhatsApp está presente, há um sistema bancário diferente, o que dificultava a cobrança da assinatura”, afirma. “Além disso, nunca vi nenhum dado ou relatório que comprovasse que essa cobrança era feita de fato”, diz Calazans.

A mudança no modelo de negócios da empresa acontece quase dois anos após o anúncio de que ela seria adquirida pelo Facebook e sete anos após sua fundação. A rede social mais popular do mundo anunciou a compra do serviço por US$ 19 bilhões em fevereiro de 2014, mas a venda só foi oficializada em outubro de 2014, por US$ 21,8 bilhões, após autorização dos órgãos reguladores – a diferença no valor é explicada pela valorização das ações do Facebook no período.

Propaganda. Ao contrário do que se espera, porém, a empresa não vai apostar no modelo adotado pelo Facebook e Instagram, baseado em publicidade personalizada. “As pessoas podem estar pensando se o anúncio de hoje significa que vamos introduzir anúncios de terceiros. A resposta é não”, afirmou a empresa, em seu blog oficial. “Muitos usuários consideram invasiva a presença de anúncios dentro de um aplicativo. Isso deve ter pesado na decisão do WhatsApp”, diz o consultor da Nielsen.

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Em 2016, a empresa avalia cobrar uma taxa de empresas, como bancos e companhias aéreas, que utilizem a ferramenta para se comunicar com clientes. Isso pode permitir, por exemplo, que uma pessoa receba um aviso via WhatsApp sobre o atraso de um voo ou sobre um acesso suspeito em sua conta-corrente.

Privacidade. O WhatsApp também anunciou que vai criptografar totalmente as mensagens dos usuários a partir dos próximos meses, em um movimento para garantir o sigilo das conversas dos usuários. Hoje, as mensagens enviadas pelos usuários não são criptografadas, mas a empresa afirma não mantê-las em seus servidores. O serviço apaga as mensagens assim que elas chegam ao smartphone do destinatário.

Autoridades nos EUA, Grã-Bretanha e Brasil já afirmaram que o crescente uso do serviço restringe o monitoramento de suspeitos de crimes. “Estamos a poucos meses da conclusão”, disse Koum, observando que uma vez que estiver completo, o WhatsApp será o maior serviço do mundo a oferecer mensagens totalmente privadas.

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