O WhatsApp vai continuar recorrendo da decisão do bloqueio que suspendeu o uso do aplicativo no País desde as 14 horas desta segunda-feira, 2, informou a empresa em resposta ao Estado. O anúncio acontece horas após o desembargador Cezário Siqueira Neto, do tribunal de Justiça de Sergipe, negar o recurso apresentado pelo aplicativo de mensagens na manhã desta terça-feira, 3.
O serviço de mensagens segue com seu funcionamento suspenso, e se encaminha para ficar 24 horas fora do ar no País – superando o bloqueio realizado em dezembro passado, quando o WhatsApp esteve sem funcionar por 12 horas, quando a Justiça de São Paulo pediu o bloqueio do app.
Diretor global de comunicação do WhatsApp, Matt Steinfeld disse ontem ao Estado que a decisão da Justiça pegou a empresa de surpresa. Steinfeld, que já estava no Brasil para dialogar com oficiais, advogados e promotores e responder suas perguntas, entendendo suas preocupações. "Podemos fazer um trabalho melhor para educar as pessoas a respeito de como o serviço funciona e o que somos capazes de fazer para atender as ordens judiciais", disse o executivo.
Petição. Algumas iniciativas populares surgiram em repúdio ao bloqueio do WhatsApp. Na Câmara dos Deputados, surgiu a Frente Parlamentar Mista pela Internet Livre e Sem Limites: com a participação de 220 deputados, liderados pelo parlamentar JHC (PSB-AL), a frente disse ontem que vai entrar com um mandado de segurança no Tribunal de Justiça de Sergipe contra a decisão do juiz Marcel Maia Montalvão. "A sociedade brasileira está no digital, enquanto as instituições permanecem no analógico”, diz o deputado JHC, na nota de repúdio emitida pela Frente Parlamentar.
O Instituto de Tecnologia e Sociedade do Rio de Janeiro (ITS-Rio) abriu uma petição pelo fim do bloqueio no site Change.org. Neste momento, a petição tem pelo menos 15 mil assinaturas, defendendo que não se podem bloquear sites ou aplicativos na internet. "O Brasil não é nem pode se tornar uma Coreia do Norte", diz o texto do abaixo-assinado.