Zuckerberg tem encontro com parlamentares americanos um dia antes de ir ao Congresso, dizem fontes

O presidente do Facebook terá reuniões não oficiais com membros dos dois comitês que irá depor nesta quarta-feira

PUBLICIDADE

Por Agências
Atualização:
Mark Zuckerberg é presidente do Facebook Foto: Carlos Garcia Rawlins/Reuters

O presidente do Facebook, Mark Zuckerberg, terá reuniões não oficiais com parlamentares americanos nesta segunda-feira, 9, segundo informou fontes a agência de notícias Reuters. O encontro acontece um dia antes da data prevista para o executivo dar explicações no Congresso sobre o uso de dados de usuários pela Cambridge Analytica.

PUBLICIDADE

Segundo a Reuters, as reuniões estão planejadas para aconteceu no Capitólio durante todo o dia. Entre os parlamentares que estarão presentes estão os membros dos comitês que Zuckerberg terá de testemunhar. O executivo do Facebook irá comparecer em uma audiência conjunta nesta terça-feira, 10, com membros dos comitês de judiciário e comércio do Senado e do de energia e comércio da Câmara.

O Facebook não quis comentar.

Entre as informações esperadas está que Zuckerberg reconheça a necessidade de assumir a responsabilidade e reconheça que falhou por não entender no primeiro momento quantas pessoas foram afetadas sobre o assunto.

O presidente a rede social já tinha dito, durante uma teleconferência na semana passada, que aceitou a culpa pelo vazamento de dado e que acreditava ser a melhor pessoa para seguir na liderança da empresa. Isso irritou usuários, anunciantes e legisladores.

Durante a entrevista, Zuckerberg também aumentou a quantidade de usuários afetados de 50 milhões para 87 milhões. A Cambridge Analytica, com sede em Londres, que contou a campanha do presidente dos EUA, Donald Trump, entre seus clientes, contestou a estimativa do Facebook do número de usuários afetados.

Entenda o caso. Reportagens dos jornais The New York Times e The Observer, de Londres, revelaram que a empresa de inteligência Cambridge Analytica colheu informações privadas de mais de 50 milhões de usuários do Facebook, em um esforço para beneficiar a campanha eleitoral do presidente americano, Donald Trump, em 2016.

Publicidade

A empresa britânica de inteligência digital coleta e relaciona dados para ações de marketing digital feitas por companhias e políticos. No caso em questão, ela usou o método para desenvolver ações para influenciar o cenário político americano e favorecer Trump.

Atingir o objetivo só foi possível graças a uma parceria com outra empresa, a também britânica Global Science Research, liderada por Aleksandr Kogan, pesquisador da Universidade de Cambridge. Ele criou um quiz online, chamado This is your digital life(Esta é sua vida digital), que exigia que as pessoas conectassem sua conta do Facebook para ser acessado. Isso permitiu que o quiz de Kogan obtivesse informações pessoais dos usuários da rede social e de seus amigos.

Os dados obtidos por meio do teste foram vendidos pela Global Science à Cambridge Analytica, numa clara violação aos termos de uso do Facebook. Isso permitiu que a empresa de inteligência cruzasse dados com outras fontes e chegasse a um perfil preciso das pessoas, usado para enviar mensagens direcionadas – incluindo notícias falsas – para influenciar votos.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.