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Caro demais para o Brasil, iPhone X ‘muda’ conceito de smartphone

Mudanças na interface de software, câmera e design fazem aparelho se destacar na multidão; preço alto, superaquecimento e ausência de acessórios 'premium' são os pontos fracos

Por Henrique Martin
Atualização:
O design do smartphone não tem as tradicionais bordas largas presente nos iPhones e também pôs fim ao sensor de impressões digitais na frente do aparelho por um reconhecimento facial Foto: Daniel Teixeira/Estadão

O iPhone X representa a mais importante mudança no conceito de “smartphone moderno”. O aparelho da Apple, o mais caro à venda nas lojas brasileiras atualmente, traz um enorme avanço em relação aos modelos anteriores da marca, graças à tecnologia de reconhecimento facial, uma câmera que continua excelente e pequenas inovações que ampliam as possibilidades de uso do smartphone, como o uso de realidade aumentada.

Alguns pequenos detalhes que ainda precisam de correção para as próximas versões, como o fato de o smartphone esquentar muito, e a ausência de acessórios premium no pacote, como carregador rápido ou sem fio -- algo há muito tempo oferecido pelos concorrentes. O iPhone X está à venda no Brasil desde o final do ano passado, com preços a partir de R$ 7 mil (com 64 GB de armazenamento). Confira a seguir os principais destaques da análise:

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Design. O design do iPhone X é diferente de todos os demais iPhones anteriores. Saem as bordas largas e o botão físico com sensor de impressões digitais na frente do aparelho; entra uma tela única sem botões e quase sem margens, seguindo a escola iniciada pelo Samsung Galaxy S6 Edge há quase três anos. Isso reduziu o tamanho geral do aparelho, apesar de ele comportar uma tela grande de 5,8 polegadas É o iPhone mais bem construído e bonito já lançado pela Apple.

As bordas em alumínio e o acabamento traseiro em vidro dão sofisticação ao iPhone X, mas sem dúvida você precisa usar esse aparelho com uma capa protetora. Na traseira estão as duas câmeras, em um “calombo" que desnivela o smartphone ao colocá-lo sobre uma mesa, por exemplo. O aparelho tem opções de acabamento traseiro em prateado ou cinza.

Os botões laterais comuns ao iPhone -- liga/desliga, controle de volume, trava do modo silencioso -- continuam no lugar de sempre. A parte inferior do iPhone X traz os alto-falantes estéreo e o conector padrão Lightning para recarregar a bateria, transferir dados para um Mac ou PC e usar como saída de áudio, já que desde 2016 o iPhone não traz mais um conector padrão 3,5 mm para fones de ouvido. Entretanto, um par de fones com conector Lightning e um adaptador Lightning para 3,5 mm acompanhar o produto na caixa.

O iPhone X, ao lado do iPhone 8/8 Plus, também é o primeiro smartphone da Apple a vir com recurso de recarga rápida da bateria e também a capacidade de recarga usando tecnologias de carregamento sem fio. Por um aparelho tão caro, a Apple pecou ao fornecer apenas um carregador padrão na caixa, sem recurso rápido -- smartphones intermediários com Android, como o Moto G5 Plus já vem com carregador rápido na caixa. Para usar a carga rápida, é preciso comprar um cabo e um carregador específico da Apple. Porém, carregadores com maior potência, como do iPad, aceleram um pouco o processo. 

Por outro lado, a adoção do padrão de mercado Qi para recarga sem fios é bem-vinda. Testamos o iPhone X com uma base da Samsung e funcionou sem problemas, com o tempo de carregamento até mais veloz que com a tomada fornecida pela fabricante.

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A tela do iPhone X também é nova para a Apple, com a tecnologia OLED, que traz cores mais nítidas e alto contraste, ótima para ver vídeos na Netflix ou Amazon Prime Video feitos compatíveis com padrão HDR.

Desempenho. O iPhone X usa um processador A11 Bionic com seis núcleos desenvolvido pela própria Apple. Em testes de desempenho (como o GeekBench 4) o iPhone X bateu 8.607 pontos. No mundo Android, seu concorrente mais veloz até hoje é o Samsung Galaxy Note 8, com 6.778 pontos. O hardware vem com um controlador de desempenho de segunda geração. Na prática, isso significa gastar menos energia para tarefas rápidas, como ler e-mails ou navegar na internet.

No uso diário, o iPhone X passou em média 12 horas sem voltar à tomada, com 25% de bateria restantes. Porém, apesar da bateria durar mais, o iPhone X -- ao menos na unidade de testes que recebemos -- apresentou um problema de superaquecimento em determinadas tarefas, como jogar, tentar usar um app em realidade aumentada ou tirar fotos no modo retrato.

A traseira do aparelho na área próxima à câmera esquentava demais, forçando a deixar o aparelho na mesa para resfriar um pouco. Relatos na web indicam um padrão similar de aquecimento em atividades como ver vídeos no YouTube, por exemplo. Por isso, é recomendável usar uma capinha no aparelho para proteger as mãos.

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Software. A grande mudança que o iPhone X traz ao mundo dos smartphones é o uso de reconhecimento facial para desbloquear a tela, o recurso chamado FaceID. Basta cadastrar o rosto no aparelho e ao mínimo olhar a tela será desbloqueada, sem precisar encostar o dedo em um sensor. Isso ocorre com o uso de uma câmera batizada pela Apple de TrueDepth, que projeta e analisa mais de 30 mil pontos no rosto do usuário, tornando o aparelho mais seguro e protegido contra fraudes.

O FaceID funciona muito bem, mesmo em ambientes escuros ou usando óculos ou chapéu, por exemplo. Mas isso traz um pequeno detalhe no design frontal do iPhone X: ele tem uma espécie de “franja” no topo da tela que causa estranhamento no início, mas é fácil de se acostumar. Essa “franja" também mexeu com a interface do iOS 11, mudando alguns recursos comuns ao consumidor de lugar.

A ausência de botões frontais leva agora a desbloquear e utilizar o iOS 11 com gestos na tela. O mais comum é arrastar da base para cima para desbloquear a tela e alternar entre programas.

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Outra diversão proporcionada pelo FaceID é o uso dos Animojis, ou emojis animados em formato de bichinhos e até um robô, para usar em mensagens e que acompanham o movimento do seu rosto e da sua fala -- dá até para brincar de karaokê.

Câmera. A câmera do iPhone X é outro destaque, seguindo o padrão de câmera dupla iniciado no iPhone 7 Plus, que permitem alternar entre uma câmera grande-angular e uma teleobjetiva.

A resolução da imagem é de 12 megapixels e as imagens geradas costumam ser melhores que as do iPhone 7 Plus, que já eram muito boas.

No iPhone X, o modo retrato foi aprimorado, com mais opções de iluminação, como luz natural, de estúdio, de contorno e de palco (que isola a pessoa fotografada como se tivesse sob um holofote, destacando-a). Fotos noturnas com o iPhone X também apresentam bons resultados.

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