Lenovo faz aposta em smartphone de luxo

Com Moto Z e seus módulos, chinesa vai disputar mercado com Apple e Samsung

PUBLICIDADE

Por Claudia Tozzeto
Atualização:
Moto Z será oferecido nas lojas em kits com módulos para tornar o smartphone mais acessível aos brasileiros Foto: Divulgação

A fabricante chinesa de smartphones Lenovo lançou ontem no Brasil seu produto mais avançado, o Moto Z. Diferente dos modelos habituais da companhia, o novo aparelho é um dos mais finos do mercado e, com tela em alta resolução e acabamento em alumínio, tem design sofisticado. O principal trunfo, porém, está na traseira: 16 pontos de conexão permitem acoplar módulos que transformam o smartphone num projetor de imagens, câmera digital ou caixa de som.

PUBLICIDADE

O lançamento, que chega ao Brasil com preço de R$ 3,2 mil, representa a primeira grande aposta da Lenovo no mercado de smartphones premium, dominado pelo iPhone, da Apple, e pelo Galaxy S7, da Samsung. Até agora, o único produto da empresa nessa faixa de preço era o Moto X Force, mas que não conseguiu fisgar os consumidores. Ao que parece, com o Moto Z, a companhia tenta virar esse jogo.

“Queremos ter um terço do mercado premium de smartphones no Brasil nos próximos 12 meses”, disse Sérgio Buniac, vice-presidente da área de Mobile Business Group da Lenovo para a América Latina.

De acordo com a consultoria IDC Brasil, os smartphones com preço acima de R$ 3 mil responderam por 3,9% do total de 10,8 milhões de unidades vendidas no País no segundo trimestre de 2016. Parece ser pouco relevante, mas esses aparelhos representaram uma receita de quase R$ 1 bilhão no período, o que faz o segmento cada vez mais relevante para as fabricantes.

“Há uma demanda crescente do brasileiro por mais recursos no smartphone”, explica o analista de mercado da IDC Brasil, Diego Silva. “As pessoas já estão chegando ao seu segundo ou terceiro aparelho. Há uma sofisticação de uso.”

Modular. Contudo, mesmo no segmento premium, a falta de grandes inovações, tem feito o mercado global de smartphones desacelerar. “As inovações têm sido apenas incrementais desde a chegada do iPhone ao mercado”, diz Nicklas Jonsson, vice-presidente global de produtos e novos negócios da linha Moto, em entrevista exclusiva ao Estado. “O Android precisava de uma inovação em hardware e acho que o que estamos fazendo pode ajudar o mercado a voltar a crescer.”

Ao contrário da maioria dos acessórios que hoje se conectam aos smartphones por meio da conexão Bluetooth, os módulos do Moto Z são ligados ao aparelho por meio de contatos físicos. Na traseira do smartphone, existem 16 pontos de conexão e é por eles que as duas partes estabelecem uma comunicação. Os módulos são fixados ao smartphone por meio de ímãs nas laterais do aparelho.

Publicidade

Em uma primeira experiência com o Moto Z, o modelo impressiona pela facilidade de conexão: uma vez que o módulo é “encaixado” no smartphone, o sistema operacional reconhece sua função automaticamente e exibe uma notificação na tela avisando que a função extra está pronta para ser usada. Outro ponto importante é a integração com o design dos smartphones com os módulos.

Apesar de a tecnologia ser considerada promissora, fontes do mercado afirmam que a Lenovo deve levar um bom tempo para encontrar seu espaço na disputa com a Apple e com a Samsung. “Há um caminho longo, de construção de marca”, disse uma fonte. “A Apple e a Samsung são marcas que trilharam uma longa jornada.”

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.