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Módulos fazem do Moto Z uma aposta certeira

Smartphone apresenta bom hardware com design sofisticado, que o colocam em linha com rivais como Galaxy S7

Por Henrique Martin
Atualização:
Smartphone Moto Z, que chegou ao Brasil em 2016, vai receber a atualização para o Android Oreo. Foto: Felipe Rau/Estadão

O Moto Z é o mais novo smartphone topo de linha da fabricante chinesa Lenovo. Ao contrário de outros aparelhos da mesma categoria, ele traz um diferencial exclusivo: módulos com funções distintas que se encaixam na traseira do aparelho, ampliando sua bateria, projetando imagens, tocando música ou até mesmo melhorando sua câmera.

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É um smartphone Android com preço alto. Ele chegou ao País com preço de R$ 3,2 mil. Mas, graças aos seus módulos, ele se torna um aparelho de excelente custo-benefício. A boa composição do hardware, aliada a ao design, colocam o aparelho na mesma categoria de Galaxy S7 ou S7 Edge, Zenfone 3 Deluxe e o Xperia XZ.

O Link recebeu para testes a versão do Moto Z completa, com quatro módulos, que são chamados de Moto Snaps: a bateria extra, a caixa de som e o projetor, assim como uma capa que protege a parte traseira do smartphone. A fabricante vende kits separados com pelo menos um dos acessórios e, em outubro, inicia a venda o módulo Hasselblad True Zoom, que transforma o Moto Z em uma câmera com zoom óptico de 10x.

Por dentro

O Moto Z usa processador Qualcomm Snapdragon 820 de quatro núcleos e vem 4 GB de memória RAM – em Androids, vale a máxima: quanto mais memória RAM, melhor. Ele tem 64 GB para armazenamento de fotos, vídeos e outros conteúdos (expansíveis para até 2 terabytes com cartões padrão microSD).

Na prática, o Moto Z é um aparelho bastante rápido e isso se demonstra em testes-padrão de desempenho. Nos testes usando ferramentas como Geekbench e 3D Mark Extreme, ele teve ótimo desempenho. Na prática, ele lida muito bem com tarefas básicas (e-mail, internet, redes sociais) e excepcionalmente bem com vídeos e jogos que requerem um uso mais intensivo do smartphone, sem travar.

Uma câmera de 13 megapixels e tela super nítida de 5,5 polegadas com resolução QuadHD (2.560 x 1.440 linhas de pixels) complementam o pacote. O leitor de impressões digitais é outro item digno de destaque no Moto Z, com desbloqueio quase automático da tela ao tocar o sensor na base do aparelho.

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O Moto Z roda Android na versão 6.0 (Marshmallow) e a experiência de uso é mais simples, já que a fabricante não insere uma camada de software diferente nos seus smartphones, algo comum entre os fabricantes. O smartphone vem com o pacote básico de aplicativos do Google e poucos diferenciais em apps – o mais notável é o aplicativo Moto. Ele gerencia o uso do smartphone com gestos (girar para ativar a câmera), comandos de voz e das notificações na tela desligada.

A bateria do Moto Z é de 2.600 mA/h, uma capacidade média para um smartphone topo de linha em 2016. Durante nossos testes, após 12 horas de uso, a bateria estava com 25% de carga, mas esse tempo pode ser ampliado com o módulo de bateria, que acompanha o produto.

A câmera de 13 megapixels do Moto Z é boa, porém não é a melhor em um smartphone no mercado. Em fotos à luz do dia, o contraste e a nitidez são excelentes, o que não se reflete nas fotos noturnas, mesmo com uma lente de abertura luminosa presente no aparelho (f/1.8).

A câmera traseira faz ainda vídeos em resolução Ultra HD ou 4K e também em câmera lenta. A câmera frontal de 5 megapixels é boa para “selfies” e, por ser grande-angular, permite encaixar bastante gente na foto.

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E, apesar de secundária, a função de ligações está presente no Moto Z, com ótima qualidade de áudio durante as ligações (operadora Vivo). O dispositivo acessa redes 4G de alta velocidade, assim como redes Wi-Fi padrão AC (um dos mais rápidos do mercado atualmente).

Por fora

O design do Moto Z impressiona pela espessura do aparelho desconectado de qualquer módulo: são apenas 5,19 milímetros, com acabamento em metal e vidro. Ao adicionar os módulos, vale citar, o aparelho fica mais grosso e pesado. O aparelho está disponível com acabamento em branco com dourado ou preto com cinza no mercado brasileiro.

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Achamos estranho o fato de o leitor de impressões digitais ficar abaixo da tela, mas entendemos a escolha no desenho industrial, já que a parte traseira do smartphone pode ser ocupada pelos módulos.

O Moto Z é um dos primeiros smartphones à venda no Brasil que usam o novo padrão de conectores USB-C. Isso significa que ele só pode ser recarregado com o cabo que vem na caixa, já que os demais que as pessoas já têm em casa não servem.

Mais chocante é perceber que o Moto Z não tem entrada para fones de ouvido no padrão 3,5 milímetros, assim como o iPhone 7 – mas vem com um adaptador USB-C para 3,5 milímetros. A fabricante vai vender adaptadores adicionais também, mas o preço ainda não está definido.

Módulos

E o que fazem os módulos? Os Moto Snaps se conectam ao smartphone por ímãs e uma série de conectores na traseira do smartphone e do módulo. É um modo simples de acrescentar funcionalidades ao telefone, sem precisar levá-las para todo lado quando usa o aparelho.

A fabricante lançou um módulo de bateria adicional, que pode ser usado em um modo padrão que mantém a bateria do smartphone sempre carregada. Há também um modo de eficiência, que mantém a bateria do smartphone em 80% até descarregar o módulo e só depois começa a usar o restante da carga do aparelho. Em nossos testes, nos dois modos, chegamos ao final de um dia de uso intensivo do aparelho com 75% de carga no aparelho – e o módulo descarregado, o que é excelente.

Há dois problemas nesse módulo: em primeiro lugar, ele só pode ser carregado se estiver conectado ao Moto Z; em segundo, sua cor branca tem grande potencial para acumular sujeira.

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O segundo módulo testado foi o de caixa de som estéreo. Ele tem 6 watts de potência e bateria integrada (pode ser carregado separadamente via USB-C). A vantagem é ouvir música com volume alto sem ter que conectar o aparelho via Bluetooth a uma caixa de som externa ou acabar com a bateria do smartphone. Nos testes, esse Moto Snap ficou do lado da cama, para ouvir música antes de dormir.

O terceiro módulo é o projetor portátil, que pode ser considerado o mais corporativo dos módulos do Moto Z. Ele tem bateria integrada e pode projetar imagens de até 70 polegadas em qualquer superfície em resolução 480p (854 x 480 linhas de pixels). É bom para quem precisa fazer apresentações de vendas e não quer carregar o notebook por aí ou mostrar fotos que tirou com o celular para a família.

Durante os testes, gostamos do fato de ele arrumar o trapézio da imagem sozinho quando movido de lugar, gerando uma imagem retangular e na proporção certa o tempo todo. O ponto negativo é que, apesar da bateria, ele consome bastante energia: em apenas 10 minutos de uso, consumiu 20% de sua carga própria.

Conclusão

O Moto Z é inovador porque conseguiu permitir, de forma muito fácil, o uso de módulos adicionais que dão mais poder ao smartphone, sem precisar envolver partes móveis do aparelho – ao contrário do G5, fabricado pela LG, e sua tampa inferior removível.

Basta conectar e desconectar os Moto Snaps sem muito problema ou medo de quebrar partes internas. Outro ponto positivo é que a fabricante diz que os acessórios serão compatíveis com a próxima geração do produto.

A grande decepção no Moto Z é a câmera, mas isso deve ser compensado com a existência de um módulo fotográfico que vai chegar em breve ao Brasil e diversos outros pontos positivos do smartphone.

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Preço e disponibilidade

O aparelho já está à venda no varejo e operadoras em kits: o Moto Z Power Edition (vem uma capa que imita madeira mais um módulo de bateria extra, com o preço de R$ 3,2 mil); o Moto Z Power & Sound Edition (vem com a bateria extra e os alto-falantes JBL, pelo preço de R$ 3,5 mil); e o Moto Z Power & Projector Edition (vem com a bateria e o projetor, também pelo preço de R$ 3,5 mil).

Vale mencionar que, no exterior, o Moto Z tem uma versão similar chamada Moto Z Force, com tela resistente a quedas e arranhões. No Brasil, o Moto Z é vendido também na versão Moto Z Play, com processador mais básico (Qualcomm Snapdragon 625), 3 GB de RAM, tela com resolução Full HD (1.920 x 1.080 linhas de pixels) e bateria de maior duração. Ele custa R$ 2,2 mil e também é compatível com os módulos.

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