Roku chega ao Brasil com TVs a partir de R$ 1,2 mil

Empresa americana quer levar sua plataforma de Smart TVs para a casa dos brasileiros

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Por Giovanna Wolf
Atualização:
Aposta. Wood, da Roku, vê potencial de streaming no Brasil Foto: Roku

Em breve, as vitrines das lojas brasileiras exibirão uma nova marca de televisores: a americana Roku, que aposta no mercado de smart TVs (TVs conectadas à internet). A empresa está lançando no País dois modelos de televisão, que operam com o sistema operacional Roku OS, oferecendo acesso a plataformas de streaming como NetflixHBO GO e Spotify

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Fundada em 2002 nos Estados Unidos, a Roku é conhecida lá fora por seus set-top-boxes, tipo de dispositivo que transforma televisões comuns em aparelhos conectados. Aqui no Brasil, os aparelhos mais conhecidos dessa categoria são o Chromecast, do Google, e a Apple TV, da Apple. No entanto, a empresa preferiu adotar outra estratégia para chamar atenção no País. 

“Por meio das televisões, conseguimos oferecer da melhor maneira nossa plataforma de conteúdos de streaming”, explica Anthony Wood, presidente executivo e fundador da Roku, em entrevista exclusiva ao Estado. “Nosso objetivo é tornar nossa marca conhecida e atrair uma base de clientes para podermos adicionar serviços.” 

As TVs serão fabricadas em parceria com a fabricante de televisão AOC. O modelo mais barato, de R$ 1,2 mil, será uma TV com resolução HD de 32 polegadas. Já o mais caro custará R$ 1,6 mil e terá 43 polegadas, com resolução Full HD. Os produtos estarão disponíveis a partir desta quarta-feira, 22, nos sites de Casas Bahia, Ponto Frio e Extra. Em fevereiro, as televisões chegam às lojas físicas. 

“Passamos muitos anos concentrados em conquistar os Estados Unidos, e agora é a hora de cruzar fronteiras”, diz Wood. “Acreditamos que o Brasil é um grande mercado de streaming, com muito uso de internet e um belo potencial de criação de conteúdo”. Além dos EUA, os únicos países que possuem produtos da Roku atualmente são México, Canadá e Reino Unido. 

Segundo a empresa, as televisões da Roku oferecem acesso a milhares de filmes e programas de TV. Para entrar no mercado brasileiro com conteúdos locais, a companhia fechou uma parceria com o serviço de streaming Globoplay – o aplicativo estará integrado nas TVs, mas será preciso pagar a assinatura de R$21,90 ao mês para acessar o conteúdo completo. 

Estratégia

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Sediada na cidade de Los Gatos, na Califórnia, a Roku é a sexta empresa do empreendedor americano Anthony Wood – a palavra “roku”, em japonês, significa “seis”. Em seu último resultado trimestral, divulgado em novembro do ano passado, a empresa registrou uma receita líquida total de US$ 260,9 milhões e 32,3 milhões de contas ativas em sua plataforma. Nos EUA, a empresa também tem ações listadas em bolsa

Sistema da empresa, o Roku OS, tem integração com os principais serviços de streaming Foto: Roku

Por enquanto, ainda não há previsão de quando os set-top-boxes da empresa vão chegar ao País. Apostar em produtos como televisão também pode ser uma estratégia de marketing. Segundo apurou o Estado com fontes de mercado, colocar uma nova marca de TV no varejo chama mais a atenção do que vender um produto pequeno que se conecta à televisão. Outro aspecto ressaltado pelas fontes é que os set-top-boxes ainda fazem parte de um nicho de consumidores no Brasil.

Fernando Baialuna, diretor da GfK, comenta que o mercado brasileiro de TV está em um bom momento para a chegada de novas marcas. “O setor vive um cenário favorável, com a retomada da confiança do consumidor. Os resultados da Black Friday e do Natal mostraram que há espaço nesse mercado para crescimento”, afirma. 

Competição

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A disputa para ser competitiva no setor não vai ser fácil. O mercado de televisão no Brasil é bastante concentrado: cinco marcas detêm mais de 80% do volume de compras do setor, segundo dados da consultoria GfK. Além disso, há dúvidas se o preço das TVs da Roku no País será competitivo – já é possível encontrar no Brasil TVs 4K, com qualidade de imagem superior, por preços na faixa de R$ 1,5 mil. 

Na visão de Wood, as televisões da Roku têm força para competir. “As empresas de TVs tradicionais estão focadas apenas na qualidade de imagem. Nosso foco está no software, fácil de usar e que sempre pode receber atualizações de sistema e novas ofertas de conteúdo”, diz o presidente executivo da empresa. 

Segundo analistas, há grande interesse dos consumidores em Smart TVs. “Além da qualidade de imagem e do tamanho da tela, o acesso da TV a aplicativos como Netflix vem sendo muito considerado na hora da compra”, afirma Baialuna, da GfK. Um estudo da consultoria, que analisou a jornada de compra de consumidores, mostra que 86% dos clientes buscam uma Smart TV na hora de comprar uma nova televisão. No entanto, vale ressaltar que, nos últimos anos, é difícil encontrar um modelo de TV que não seja “smart”.

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