Samsung aposta em design para se recuperar

Galaxy S8, primeiro smartphone da marca lançado desde a crise do Galaxy Note 7, traz telas curvas e maiores e novo assistente pessoal Bixby

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Por Bruno Capelas e Claudia Tozzeto
Atualização:
Galaxy S8, primeiro smartphone da marca lançado desde a crise do Galaxy Note 7, traz telas curvas e maiores e novo assistente pessoal Bixby Foto: AP Photo/Mary Altaffer)

A Samsung tinha uma missão difícil na manhã de ontem, ao anunciar seu novo smartphone, o Galaxy S8. Ao mesmo tempo em que precisava recuperar sua imagem, após o fracasso do Galaxy Note 7, cujas as baterias chegaram a explodir, a sul-coreana tinha de exibir um aparelho capaz de competir com concorrentes de peso, como o iPhone 7. No evento, em Nova York, a empresa apostou em um design arrojado para impressionar os usuários e deixar a impressão ruim para trás. 

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“O último ano foi desafiador para nós. Aprendemos com lições valiosas e decisões difíceis. Hoje, estamos aqui para uma nova experiência”, disse DJ Koh, presidente da divisão móvel da Samsung, na abertura do evento – que, desta vez, não teve pedido de desculpas.

Vendido em duas versões – Galaxy S8, com tela de 5,8 polegadas, e S8 Plus, com tela de 6,2 polegadas –, o smartphone tem tela curva nas laterais, quase sem bordas. Para os analistas, a novidade funcionou. “A tela é uma evolução para a linha Galaxy”, diz Werner Goertz, diretor da consultoria Gartner.

O design arrojado vem acompanhado de preço salgado: nos EUA, o Galaxy S8 custará a partir de US$ 720 – acima dos US$ 650 cobrados pelo Galaxy S7 em seu lançamento, há um ano. Os novos celulares ainda não têm preço nem data de lançamento definida no País.

Assistente pessoal. Além do design, outro destaque foi o assistente pessoal Bixby, criado para tentar diferenciar os aparelhos da marca. O sistema do Bixby, assim como outros assistentes, aprende conforme é utilizado pelo dono do aparelho. Isso vai permitir que, no futuro, ele perceba quais os aplicativos mais usados a cada momento e sugeri-los na tela.

“Isso pode simplificar o uso do smartphone”, avalia Thomas Husson, vice-presidente de pesquisas da Forrester. “No entanto, a Samsung precisará trabalhar com marcas para diferenciar o Bixby dos rivais.”

Competição. Nos últimos anos, a Samsung se acostumou a competir de igual para igual com a Apple – e cada versão do Galaxy S era uma resposta ao iPhone lançado pela empresa norte-americana alguns meses antes. Recentemente, porém, marcas como LG, Huawei e Lenovo também se aproximaram do mercado de smartphones premium – acima dos R$ 3 mil, no País –, disputando esse mercado com a sul-coreana.

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Para Werner Goertz, da Gartner, porém, o Galaxy S8 posiciona bem a empresa na competição. “Ela vai retomar o espaço de mercado que havia perdido anteriormente, especialmente para as novatas chinesas”, acredita.

O analista, no entanto, vê o aparelho “pouco revolucionário” para bater de frente com o próximo iPhone. Previsto para o segundo semestre, o aparelho da Apple completa 10 anos em 2017 – rumores dão conta de que a empresa está preparando uma edição especial para esta temporada. “O que a Samsung fez hoje deixa uma janela de oportunidade para a Apple trazer algo disruptivo no próximo iPhone”, avalia Goertz.

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